BRUXELAS (Reuters) - Os gargalos no comércio global são mais o resultado de picos de demanda do que de problemas na cadeia de suprimentos, com a pressão devendo diminuir nos próximos meses, disse o economista-chefe da Organização Mundial do Comércio (OMC) nesta segunda-feira.
A OMC havia pensado em outubro que a demanda por bens desaceleraria no início de 2022. No entanto, isso foi antes de a variante Ômicron do coronavírus levar a restrições à atividade, incluindo o adiamento da reunião ministerial da OMC.
O economista-chefe do órgão, Robert Koopman, disse que os consumidores continuaram a direcionar os gastos para bens em vez de serviços, já que não podiam ou preferiram não jantar fora ou viajar nas férias.
Koopman disse que, para o comércio de mercadorias, o excesso de demanda provavelmente explica de dois terços a três quartos da aparente escassez de bens.
"Ainda permanece que essa mudança de composição na demanda, apoiada por políticas fiscais e monetárias apropriadamente agressivas e rápidas, resultou nesse cenário em que muitas pessoas escrevem sobre interrupções na cadeia de suprimentos", disse ele à Reuters.
"Estou bastante confiante de que nos próximos três ou quatro meses veremos as pressões inflacionárias serem reduzidas", disse ele, referindo-se à maioria dos bens comercializados e sem considerar um novo choque geopolítico ou sanitário.
Algumas empresas, no entanto, têm alertado que os canais comerciais ficaram tão obstruídos que pode demorar até o próximo ano para que os negócios voltem ao normal.
(Por Philip Blenkinsop)