Por Michael S. Derby
BOSTON (Reuters) - A presidente do Federal Reserve de Boston, Susan Collins, disse nesta sexta-feira que o banco central norte-americano tem mais aumentos de juros pela frente enquanto busca reduzir a inflação, acrescentando que espera que o possível caminho da política monetária não prejudique muito a economia dos Estados Unidos.
“Restaurar a estabilidade de preços continua sendo o imperativo atual e é claro que há mais trabalho a fazer”, disse Collins em um discurso para abrir uma conferência sobre o mercado de trabalho em seu banco. “Espero que isso exija aumentos adicionais na taxa de juros, seguidos por um período de manutenção dos juros em um nível suficientemente restritivo por algum tempo”, disse ela.
Collins, que tem voto no Comitê Federal de Mercado Aberto, que define os juros, disse que os dados recentes não alteraram sua visão sobre o que o Fed precisa fazer no longo prazo.
Alguns dados recentes de inflação sugeriram que os níveis altos de pressão sobre preços que levaram o banco central a aumentar agressivamente os juros este ano estão se moderando, o que pode permitir que o Fed desacelere ou até pare em breve o processo de aperto monetário.
De uma taxa de juros próxima a zero em março, a faixa atual da taxa agora está entre 3,75% e 4%. As autoridades devem aumentá-la novamente na próxima reunião, em dezembro, em 50 ou 75 pontos-base.
“Os dados mais recentes não reduziram meu senso do que pode significar suficientemente restritivo, nem minha determinação”, disse Collins.
Ainda assim, a presidente do banco disse esperar que o Fed possa reduzir a inflação sem causar muitos problemas para a economia. Muitos temem que o caminho que o Fed está tomando agora aumentará o desemprego e levará a economia à recessão.
“Apesar de ser realista sobre os riscos, vejo as condições atuais e continuo otimista de que existe um caminho para restabelecer a estabilidade de preços com uma desaceleração do mercado de trabalho que acarreta apenas um aumento modesto na taxa de desemprego”, disse Collins.
(Reportagem de Michael S. Derby)