Por Gabriel Ponte
BRASÍLIA (Reuters) - O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, disse nesta quarta-feira que projeções econômicas para o Produto Interno Bruto(PIB) do país neste ano poderão ser revisadas para cima, em razão da indicação de que os dados econômicos para o mês de maio vieram melhores do que abril, e a mesma trajetória repete-se em junho.
"Os dados que eu tenho acesso hoje indicam que maio veio muito melhor que abril, junho veio muito melhor que maio", pontuou Sachsida em videoconferência promovida pela Arko Advice.
A última estimativa oficial do ministério da Economia aponta para uma retração da economia brasileira em 4,7% no ano. De acordo com Sachsida, essa estimativa levava em consideração uma reabertura dos setores no mês de junho.
"Como junho não reabriu a economia, eu estava pensando que teríamos que piorar a nossa estimativa razoavelmente. Mas o fato é que os dados, tal como predisse o ministro Paulo Guedes, estão vindo muito melhores", complementou.
Na perspectiva do secretário, as projeções de mercado, que apontavam para uma retração em torno de 7% do PIB em 2020, deverão ser revisadas para um cenário mais positivo nas próximas semanas.
"Este ano vai ser um ano difícil, mas nem de perto tão difícil como alguns acharam. Mérito do ministro Paulo Guedes, que sempre disse claramente isso", afirmou Sachsida.
Na manhã desta quarta-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) projetou contração de 9,1% do PIB brasileiro neste ano, ante um recuo de 5,3% previsto no mês de abril.
AUXÍLIO EMERGENCIAL
O secretário também garantiu que o auxílio emergencial será prorrogado para o mês de julho. "Infelizmente, a pandemia se estendeu um pouquinho, e nós vamos ter que estender esse auxílio por mais um tempo. Então, julho já está garantido. Falta decidir o valor ainda", explicou o secretário.
De acordo com ele, o número de parcelas e o valor do benefício irão ser anunciados pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro Paulo Guedes.
Em outro ponto da videoconferência, Sachsida negou, de forma veemente, a possibilidade de ajuste do teto de gastos. "Se você não gosta da ideia, paciência, nós não vamos mexer no teto", disse, acrescentando que o país precisa reduzir os gastos obrigatórios.
O teto de gastos limita o crescimento das despesas públicas à variação da inflação. Os gastos extras com medidas de enfrentamento à crise do Covid-19 não entram nessa regra.