Por Crispian Balmer e Gavin Jones
ROMA (Reuters) - O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, enfrenta dois dias de votações parlamentares que decidirão se sua frágil coalizão pode continuar no poder ou perde a maioria, empurrando a Itália para uma turbulência política mais profunda.
Conte se dirige à Câmara na segunda-feira e ao Senado na terça-feira sobre o futuro de seu governo, depois que um parceiro minoritário deixou a coalizão por conta da condução das crises do coronavírus e da economia.
A votação será realizada em ambas as casas, com Conte lutando para preencher o vazio deixado pela deserção do ex-premiê Matteo Renzi e seu pequeno partido Itália Viva.
A atenção está especialmente voltada para o Senado, de 321 cadeiras, onde Conte não deve atingir maioria absoluta depois que seus esforços para persuadir os centristas parecem ter falhado.
No momento, a contagem mais otimista coloca Conte com 157 votos, quatro a menos que a maioria absoluta.
No entanto, o ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, um líder no maior partido da coalizão, o Movimento 5 Estrelas, disse que mesmo uma maioria relativa serviria.
"É uma maioria. A maioria absoluta é necessária apenas para (votações de) alterações orçamentárias e pouquíssimos outros atos. E quando precisarmos, nós a encontraremos", declarou ele ao jornal Corriere della Sera.
Um governo minoritário sempre estará à mercê do Parlamento, mas Conte espera que, se conseguir superar a ameaça de terça-feira, parlamentares centristas entrarão em seu campo com o tempo e fortalecerão sua posição.
(Reportagem adicional de Giulia Segreti e Angelo Amante)