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Coronavírus mata sexta pessoa na China e viagens de feriado aumentam riscos de infecção

Publicado 21.01.2020, 08:55
Coronavírus mata sexta pessoa na China e viagens de feriado aumentam riscos de infecção

Por Se Young Lee e Lusha Zhang

PEQUIM (Reuters) - O número de mortos pelo surto de coronavírus na China subiu para seis nesta terça-feira, e as autoridades relataram um aumento em novos casos, com receios de que a cifra de infecção aumente ainda mais com as viagens de centenas de milhões de pessoas para o feriado do Ano Novo Lunar.

Autoridades confirmaram que o novo vírus misterioso pode se espalhar entre humanos e disseram que 15 pessoas de equipes de saúde já foram infectadas, alimentando temores sobre uma pandemia internacional e levando as autoridades aeroportuárias do mundo todo a intensificar a triagem de viajantes da China.

A mais recente atualização sobre o surto que começou na cidade de Wuhan, no centro da China, causou arrepios nos mercados financeiros, e a Organização Mundial da Saúde convocou uma reunião para quarta-feira para avaliar a declaração de uma emergência internacional de saúde.

A Comissão Nacional de Saúde da China colocou o número de casos confirmados em 291 até o final de segunda-feira, mas províncias forneceram informações mais atualizadas nesta terça-feira, mostrando uma expansão geográfica.

Wuhan, capital da província de Hubei, confirmou 258 casos e seis mortes, disse o prefeito Zhou Xianwang à televisão estatal chinesa na terça-feira.

As autoridades de saúde da China informaram que outros 14 casos foram registrados na província de Guangdong, no sul, cinco na capital Pequim e outros dois em Xangai até o final da segunda-feira.

Mas nesta terça-feira foi confirmado que o vírus se espalhou para mais partes do país, com a província de Zhejiang, no leste, relatando cinco casos, e a cidade de Tianjin, no norte, outros dois.

"As informações sobre infecções relatadas recentemente sugerem que agora pode haver transmissão humano a humano", disse o diretor regional da OMS para o Pacífico Ocidental, Takeshi Kasai, em comunicado.

O alarme trouxe de volta as lembranças da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), outro coronavírus que surgiu na China em 2002/2003, resultando na morte de quase 800 pessoas em uma pandemia global.

Dois casos já foram identificados na Tailândia, um no Japão e um na Coreia do Sul, enquanto as Filipinas relataram na terça-feira seu primeiro caso suspeito.

Taiwan, ilha autogovernada que a China reivindica como sua, também confirmou seu primeiro caso, uma mulher que retornou de trabalho em Wuhan, na terça-feira.

Taiwan, que tem estreitos vínculos econômicos e pessoais com a China, apesar das tensões políticas entre os dois lados, estabeleceu na segunda-feira um centro de comando de reação a epidemias para coordenar a resposta da ilha ao vírus. Mais de 1.000 leitos de isolamento foram preparados, caso o vírus se espalhe ainda mais.

A crescente preocupação foi transmitida aos mercados financeiros. O iuan caiu 0,6% em relação ao dólar, maior queda diária desde 26 de agosto de 2019, enquanto as ações de companhias aéreas e viagens caíram em toda a região.

As ações europeias também caíram devido às crescentes preocupações sobre o impacto do surto, com as empresas de artigos de luxo particularmente afetadas por temores com a demanda mais fraca de consumidores chineses.

O vírus pode causar pneumonia, com sintomas como febre e dificuldade em respirar. Como esses sintomas são semelhantes a muitas outras doenças respiratórias, é necessária uma triagem extra.

A origem do vírus ainda não foi identificada, mas a fonte primária é provavelmente animal, de acordo com a OMS. As autoridades chinesas vincularam o surto a um mercado de frutos do mar em Wuhan.

(Reportagem de Brenda Goh, em Xangai; Se Young Lee, Sophie Yu, Lusha Zhang, Huizhong Wu e Judy Hua, em Pequim; e John Geddie, em Cingapura)

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