Por Alexandra Valencia
QUITO (Reuters) - O herdeiro empresarial e milionário Daniel Noboa tomará posse como presidente do Equador nesta quinta-feira, e enfrentará o desafio de resolver os problemas econômicos do país e enfrentar a violência crescente atribuída ao tráfico de drogas.
Noboa, de 35 anos, venceu o segundo turno das eleições em outubro com promessas de restaurar a segurança e criar empregos no Equador, que tem enfrentado desafios econômicos desde a pandemia da Covid-19, forçando milhares de pessoas a migrar.
A violência nas ruas e nas prisões, atribuída a grupos criminosos pelo presidente que está deixando o cargo, Guillermo Lasso, tem aumentado nos últimos anos, à medida que transportam drogas da Colômbia e do Peru através dos portos do Equador. A situação chegou a um novo patamar com o assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio.
Noboa servirá como presidente por apenas 17 meses, terminando o mandato de Lasso depois que ele antecipou eleições para evitar um provável impeachment.
Será difícil para Noboa enfrentar de forma eficaz os desafios significativos do Equador durante o seu mandato curto, dizem os analistas, embora ele possa concorrer à reeleição em 2025.
Noboa é filho de Álvaro Noboa, um poderoso bilionário do setor de bananas que repetidamente fracassou em suas tentativas de eleger-se para a Presidência do Equador. O novo presidente marcará sua posse com um discurso na Assembleia Nacional e pode propor um projeto de reforma fiscal ou uma lei de segurança no mesmo dia.
"Espero que Daniel Noboa seja um presidente comprometido e honesto, que não roube, que se concentre nas questões de insegurança e na economia", disse José Viteri, de 31 anos, que trabalha em uma importadora de peças automotivas em Quito.
Noboa já viajou pelos Estados Unidos e pela Europa para sondar investidores e credores, mas avisou que equilibrará o cumprimento das obrigações de dívida externa -- totalizando cerca de 47,4 bilhões de dólares -- com as necessidades dos equatorianos.
Ele disse que criará incentivos para as empresas criarem empregos, reduzir os impostos sobre a construção, estabelecer uma nova unidade de inteligência, fornecer armas táticas às forças de segurança e abrigar os criminosos mais perigosos em barcos-prisão, entre outras promessas.