Por David Morgan e Richard Cowan
WASHINGTON (Reuters) - Os advogados do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, começaram a defesa no processo de impeachment neste sábado, argumentando que as iniciativas para remover o presidente do cargo podem estabelecer um precedente "muito, muito perigoso" em um ano de eleição.
O conselheiro da Casa Branca Pat Cipollone, que lidera a equipe de defesa, disse aos senadores que eles estariam negando aos eleitores o direito de dar sua opinião sobre Trump nas eleições do dia 3 de novembro se eles o declararem culpado e o retirarem do cargo.
"Estão pedindo que vocês façam algo com muitas, muitas consequências e, como eu apresento a vocês (...) muito, muito perigoso", disse Cipollone.
No terceiro processo de impeachment de um presidente na história dos EUA, os democratas argumentaram durante a semana que Trump deveria ser impedido por pressionar a Ucrânia a investigar irregularidades cometidas pelo vice-presidente Joe Biden, um dos principais pré-candidatos à Presidência dos EUA, e depois de tentar encobrir o feito, impedindo uma investigação do Congresso.
"Vocês irão descobrir que o presidente não fez absolutamente nada de errado", disse Cipollone.
A Câmara dos Deputados, liderada pelos democratas, aprovou o impeachment de Trump no mês passado por acusações de abuso de poder e obstrução do Congresso, estabelecendo o cenário para o julgamento no Senado, liderado pelos republicanos.
É esperado que Trump seja absolvido no Senado, onde uma maioria de dois terços dos votos é necessária para a condenação e remoção de um presidente do cargo. Nenhum senador republicano afirmou ser favorável à sua saída.
(Reportagem adicional de Doina Chiacu, Susan Heavey, Lisa Lambert, Makini Brice, Nandita Bose e Eric Beech em Washington e Karen Freifeld em Nova York)