BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Frente Parlamentar do Comércio e dos Serviços, senador Efraim Filho (União-PB), defendeu nesta terça-feira a antecipação do debate sobre a desoneração da folha de pagamento e avaliou que o futuro do setor é incerto em relação à reforma tributária.
A Frente trabalha por uma prorrogação de quatro anos da desoneração da folha e para que seja votada de forma avulsa ou em uma proposta mais ampla. Também considera que a discussão não pode ser adiada.
"A gente quer antecipar esse debate, até porque o benefício se encerra agora ao final do ano. Não dá pra esperar um tema como esse virar o ano sem ser definido", disse o senador a jornalistas depois de uma reunião com o secretário extraordinário da reforma tributária, Bernard Appy, no Ministério da Fazenda.
Na segunda-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a discussão sobre a desoneração deveria ocorrer em uma segunda etapa da reforma, quando "for discutido Imposto de Renda e lucros e dividendos, entre outros temas".
"ZONAS CINZENTAS"
Segundo Efraim, indefinições e divergências entre os pontos da reforma manifestados pelo governo e os defendidos pelo setor deixam seus representantes apreensivos e mostram como, segundo ele, o segmento tem menos força para negociar suas demandas.
"O texto da reforma tributária ainda traz algumas zonas cinzentas sobre como esse setor vai ser tratado. Ainda há uma preocupação. A gente sabe que o setor da indústria está bem atendido pelo texto, o setor do agro tem algumas vantagens, mas o setor de comércio e serviço continua sendo aquele que ainda está abaixo das expectativas no que tem sido apresentado", afirmou.
(Por Victor Borges)