Marcos Troyjo, ex-presidente do banco dos Brics, disse que diminuir o “tamanho do Estado” na economia melhora o “custo Brasil”. Troyjo deu as declarações ao programa “Canal Livre”, da Band, em entrevista veiculada na madrugada desta 2ª feira (8.abr.2024).
“Abrir a economia por meio de tratados internacionais, acordos internacionais, cria algumas vulnerabilidades. Mas a lição dos grandes acordos comerciais é a seguinte: quando você tem liberalização comercial, a maioria ganha e a minoria perde”, declarou. “A maioria é silenciosa e os poucos que perdem são muito barulhentos”, acrescentou.
Segundo Troyjo, a indústria “deu certo nos últimos anos” em países que utilizaram uma estratégia de “nação comerciante”, como China, Coreia do Sul e outras economias asiáticas. Esses locais, declarou o ex-presidente do banco dos Brics, “estão vinculados a um fluxo dinâmico” de comércio internacional.
Ele citou países que “ficaram mais fechados” e, por isso, “ficaram para trás”: Turquia, Argentina, Brasil e Rússia. “Nós não vamos resolver essa questão definindo quem é o ovo e quem é a galinha. Se você tem de resolver tudo para poder abrir [a economia] ou abrir para depois resolver. Dá para fazer as duas coisas juntas”, disse.
“A conclusão é que acordos internacionais que ajudam a abrir a economia e abrir a economia dos outros para nós funcionam como um incentivo à dinâmica das reformas estruturais”, afirmou.
Troyjo falou sobre como o Brasil poderia aumentar seu tamanho na economia mundial. Ele declarou não ver “alternativas melhores” do que a “combinação virtuosa” entre o país aumentar sua participação no comércio internacional, utilizando uma “janela de oportunidade geopolítica que se abriu por conta da insegurança alimentar, energética e a transição para o verde”, com as credenciais do Brasil.
O ex-presidente do banco dos Brics afirmou que, nos próximos anos, haverá um grande aumento populacional em alguns países emergentes, o que “significa uma extraordinária oportunidade” para o Brasil do ponto de vista comercial e de atração de investimentos.
“A história tem mostrado que, quando você tem esses ciclos de expansão, vem também um tsunami de investimento na formação de capital e um tsunami de infraestrutura”, disse.
Segundo ele, houve, nos tempos “mais recentes”, uma tentativa “de intervenção na economia” de uma maneira que, a seu ver, “não é bem vista por quem está querendo alocar capital” no Brasil. “E isso não é bom. O Brasil precisa desse capital porque nós temos uma taxa de poupança interna pequena”, declarou.