SÃO PAULO (Reuters) - O dólar encerrou com leve alta nesta sexta-feira, fechando acima da marca de 4,00 reais após operar em território negativo mais cedo, com investidores adotando cautela antes do fim de semana ainda em função do exterior, onde prevalecem incertezas ligadas à disputa comercial entre Estados Unidos e China.
O dólar fechou em 4,0037 na venda, com alta de 0,34%.
Na mínima do pregão, a moeda tocou marca de 3,9763 reais e na máxima, a cotação foi a 4,0070 reais.
Na semana, a divisa avançou 1,57% ante o real, registrando a quinta semana consecutiva de alta.
Na B3, o dólar futuro tinha elevação de 0,28%, para 4,008 reais neste pregão.
Em antecipação ao fim de semana, agentes financeiros encerraram a semana buscando proteção, após uma abertura de pregão mais propensa ao risco nesta sexta-feira.
Na quinta-feira, a China prometeu retaliar as mais recentes tarifas impostas pelos EUA, sobre 300 bilhões de dólares em produtos chineses. Mais tarde, porém, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aliviou o tom e afirmou estar mantendo boas discussões com o país asiático.
De acordo com o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva, a notícia sobre o tom mais moderado de Trump animou investidores e endossou a abertura em queda nesta sexta-feira.
Entretanto, ao longo do pregão agentes financeiros reavaliaram posições e, com a ausência de fatos novos que justificassem o otimismo, optaram por proteção antes do final de semana. Também houve algum ajuste técnico após a queda acentuada na véspera, quando a divisa recuou 1,24% ante o real.
"Nosso mercado aqui continua trabalhando protegido em função principalmente do fim de semana...", afirmou Gomes da Silva. "Neste momento, nós estamos em função das questões que envolvem EUA e China, basicamente", acrescentou.
O real acompanhou o movimento de outras moedas emergentes neste pregão, como o peso mexicano, que também caía cerca de 0,3% frente ao dólar.
Contra uma cesta de moedas, o dólar fechou praticamente estável, depois que preocupações ligadas às tensões comerciais e a um corte de juros do Federal Reserve pesaram sobre o sentimento do consumidor e após uma notícia de um possível estímulo econômico na Alemanha impulsionar o euro.
Internamente, as atenções seguem voltadas para avanços da pauta econômica no Congresso, notadamente a tramitação da reforma da Previdência no Senado, que passará por análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa para, em seguida, ir a plenário.
A reforma tributária também está no radar de investidores. Nesta sexta-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que é possível aprovar a proposta ainda neste ano em pelo menos uma das Casas do Congresso.
(Por Laís Martins)