Por Crispian Balmer
ROMA (Reuters) - Mario Draghi, ex-chefe do Banco Central Europeu, tomou posse como primeiro-ministro neste sábado para liderar um governo de unidade que precisará guiar a Itália à saída da crise do coronavírus e da economia.
Todos os grandes partidos da Itália, menos um, se juntaram a Draghi, e seu ministério incluirá parlamentares de todo o espectro político, além de tecnocratas em posições-chave, incluindo o ministério das Finanças e também um novo portfólio de transição a uma economia mais sustentável.
Agora, Draghi está com muita coisa sobre os seus ombros.
Precisa planejar a recuperação da Itália da pandemia e imediatamente começar a trabalhar em como gastar mais de 200 bilhões de euros em financiamento da União Europeia para reconstruir a sua economia em inevitável recessão.
Se prevalecer, Draghi provavelmente reforçará toda a zona do euro, que já faz tempo se preocupa com os problemas permanentes da Itália. Seu sucesso também seria prova aos aliados de Roma ao norte que, ao oferecer fundos ao sul mais pobre, todo o bloco é fortalecido.
“A sua experiência será um ativo excepcional à Itália e à Europa como um todo, especialmente nestes tempos difíceis”, escreveu a presidente da Comissão Europeia, Ursula van der Leyen, no Twitter, entre os muitos líderes que enviaram cumprimentos a ele.
A Itália está atolada em sua pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial, centenas de pessoas ainda morrem de Covid-19 todos os dias, a campanha de vacinação está devagar e Draghi tem pouco tempo para resolver os problemas.
A Itália deve voltar às urnas em dois anos, mas está longe de ser certo se Draghi conseguirá sobreviver tanto tempo como líder de uma coalizão que inclui partidos com visões radicalmente opostas em assuntos como imigração, justiça, desenvolvimento da infraestrutura e bem-estar social.
Sublinhando a instabilidade política, o governo de Draghi é o 67º a chegar ao poder desde 1946 e o sétimo apenas na última década.