SÃO PAULO (Reuters) - A economia brasileira vai recuperar sua dinâmica de crescimento e poderá crescer até acima de 2% no próximo ano, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, em entrevista exibida pelo Jornal da Record na noite de sexta-feira.
"Certamente ano que vem será bem melhor que este, mas ainda não estou falando de 3,5%, 4% (de crescimento), nada disso... Mas nós achamos que o Brasil já pode crescer acima de 2%, sim, pode ser até que cresça um pouco mais do que isso", disse Guedes na entrevista.
Pela mais recente pesquisa Focus do Banco Central, analistas de mercado projetam que o Produto Interno Bruto (PIB) terá alta de 0,87% em 2019 e de 2,00% em 2020.
Guedes classificou como "inaceitável" o que ele chamou de "desemprego em massa" no Brasil e disse que, com o esperado fortalecimento da economia no ano que vem, a expectativa é que o "desemprego comece a descer mais rapidamente".
O declaração de Guedes veio a público no mesmo dia em que o IBGE divulgou que a taxa de desemprego no Brasil ficou estável no trimestre encerrado em agosto ante os três meses findos em julho, mas em queda na comparação com os três meses findos em maio, para 11,8%, atingindo 12,6 milhões de pessoas.
O ministro voltou a criticar o que ele chamou de altos encargos trabalhistas e disse que o governo vai atacar "frontalmente... a dificuldade de empreender no Brasil".
Na entrevista, o ministro falou que "a CPMF está descartada" --depois que o presidente Jair Bolsonaro assumiu compromisso de que o imposto "não existe"-- e que a equipe econômica está buscando alternativas para desonerar a folha de pagamento --o que seria feito inicialmente via imposto sobre transações financeiras.
Guedes disse também que o governo apresentará via comissão mista no Congresso sua proposta de reforma tributária --além das que já tramitam na Câmara e do Congresso de autorias fora do governo. "Nós já demos as mãos para ambos (Senado e Câmara)... A reforma tributária vai andar também", finalizou.
(Texto de José de Castro)