Por Andrea Shalal
WASHINGTON (Reuters) - O impasse sobre o limite da dívida federal já está tendo consequências terríveis para a economia dos Estados Unidos, elevando os custos dos empréstimos e aumentando o peso da dívida do país, disse a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, em comentários preparados nesta terça-feira.
Yellen transmitirá a mensagem a um grupo de banqueiros comunitários em Washington, lembrando-os sobre a "atitude temerária de última hora" sobre o teto da dívida em 2011, que levou ao primeiro rebaixamento da classificação de crédito dos EUA.
"O tempo está se esgotando. Cada dia que o Congresso não age, estamos enfrentando custos econômicos crescentes que podem desacelerar a economia dos EUA", disse Yellen em comentários preparados para um evento organizado pela Independent Community Bankers of America.
"A economia dos EUA está em risco. A subsistência de milhões de norte-americanos também. Não há tempo a perder. O Congresso deve abordar o limite da dívida o mais rápido possível."
Yellen disse na segunda-feira ao Congresso que o Tesouro espera poder pagar as contas do governo dos EUA somente até 1º de junho sem um aumento no limite da dívida, aumentando a pressão sobre os republicanos no Congresso e na Casa Branca para chegar a um acordo nos próximos dias.
O presidente dos EUA, Joe Biden, deve se reunir nesta terça-feira com o presidente da Câmara dos Deputados, Kevin McCarthy, e os outros três principais líderes do Congresso para elaborar um plano para evitar o primeiro calote da história do país.
Yellen disse que a crise de 2011 - quando os parlamentares aumentaram o limite da dívida pouco antes de o governo ter que parar de fazer pagamentos - mostrou as sérias repercussões de não agir com antecedência.
Como resultado, a confiança do consumidor caiu mais de 20%, enquanto o índice de ações S&P 500 caiu 17% e os custos de hipotecas e empréstimos para automóveis subiram, disse ela.
Permitir que os EUA entrem em default desencadearia uma catástrofe econômica e financeira, colocando em risco a reputação do país e minando a base da liderança econômica global dos EUA, disse ela.