Por Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) - Economistas melhoraram sua visão para as contas públicas, passando a prever um rombo primário menor neste ano e no próximo para o governo central (Tesouro, Previdência e Banco Central), conforme relatório Prisma Fiscal divulgado pelo Ministério da Economia nesta quinta-feira.
Segundo a mediana dos dados coletados até o quinto dia útil deste mês, a expectativa para o déficit primário do governo central caiu a 103,218 bilhões de reais este ano, sobre 105,919 bilhões de reais no relatório de julho.
Com isso, a cifra ficou ainda mais distante da meta oficial de um déficit de 139 bilhões de reais para este ano.
Para cumpri-la, inclusive, o governo já congelou mais de 30 bilhões de reais em despesas discricionárias, embora tenha assinalado que o resultado primário poderá ficar melhor com a realização do leilão de petróleo do excedente da cessão onerosa, que tem um bônus de assinatura de 106,6 bilhões de reais.
O governo utilizará parte dos recursos para pagar à Petrobras (SA:PETR4) e pretende ainda dividi-los com Estados e municípios. Ao fim, prevê embolsar cerca de 50 bilhões de reais líquidos.
Para 2020, a estimativa dos economistas consultados pelo Prisma é de um primário negativo em 70 bilhões de reais, abaixo do patamar de 76,153 apontado do mês anterior, mas também dentro da meta estipulada para o exercício.
O alvo fiscal para 2020, segundo projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), é de um rombo primário de 124,1 bilhões de reais, sétimo dado consecutivo negativo. A LDO já foi aprovada em Comissão Mista de Orçamento (CMO), mas ainda precisa ser aprovada em sessão conjunta do Congresso Nacional.
Em meio ao desequilíbrio entre receitas e despesas, a perspectiva é de que a dívida bruta feche este ano a 78,5% do Produto Interno Bruto (PIB), abaixo do nível de 78,75% do relatório de julho. Para 2020, a conta foi melhorada a 80% do PIB, sobre 80,20% antes.