Por Rodrigo Viga Gaier e Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Efrain Pereira da Cruz renunciou ao cargo de conselheiro da Petrobras (BVMF:PETR4) no sábado em carta encaminhada ao colegiado, disseram três fontes à Reuters, dias depois de ter deixado o posto de secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia.
Integrante do conselho da petroleira desde abril, ele havia sido indicado para a posição pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e contava com apoio de figuras políticas.
Na carta enviada ao conselho à qual a Reuters teve acesso, Cruz diz que era chegada a hora de "sair de cena" para "seguir o próprio caminho" apesar da "enorme honra" em integrar o colegiado da Petrobras.
"Levo comigo a certeza de que tomei decisões corretas, embasadas no bem comum e contribuí com o Conselho da melhor forma possível. Contudo, abro mão apenas dos cargos, jamais da amizade de todos os companheiros que estiveram comigo até aqui", diz o documento endereçado ao presidente do colegiado.
Quem deve ocupar temporariamente a vaga deixada por Cruz é o advogado Renato Campos Galuppo, segundo as fontes.
O conselho da Petrobras é composto atualmente por 11 membros, sendo seis deles indicações do governo, quatro dos acionistas minoritários e um eleito pelos empregados.
Uma das fontes disse esperar que haja um "reequilíbrio de forças" no conselho da estatal que passará por nova eleição em breve.
"Haverá um substituto ocasional, um tampão até a definição do novo conselho. Ele vai lutar para ficar mas tem pendências com a lei da estatais", afirmou, fazendo referência a Galuppo.
Galuppo já teve o nome rejeitado para o conselho da petroleira no ano passado, ao não passar pelos filtros de compliance e governança da companhia. Por ser ligado a partido político, sua nomeação esbarrou na Lei das Estatais.
"O presidente Lula já recebeu algumas sugestões de nomes para o conselho e a palavra final é dele", pontuou uma fonte.
Com sua saída do governo, Cruz, que é ex-diretor da agência reguladora de energia elétrica Aneel, também declinou da cadeira que ocupava no conselho da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Uma conselheira fiscal da EPE, Andreia Schmidt, que era chefe de gabinete executiva do Ministério de Minas e Energia, também renunciou, disse uma fonte ligada ao órgão.
(Por Rodrigo Viga Gaier e Marta Nogueira)