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Entenda as possíveis consequências do pacote econômico de Milei

Publicado 18.12.2023, 20:00
© Reuters

Agência Brasil - O pacote econômico anunciado pelo governo do presidente Javier Milei, na Argentina, deve causar impactos expressivos e imediatos na maioria da população do país. Para entender as possíveis consequências dessas medidas, a Agência Brasil entrevistou dois professores de economia de diferentes correntes de pensamento.

Para o economista André Roncaglia, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), as medidas anunciadas devem cobrar um alto custo da maioria da população do país em uma verdadeira “terapia de choque”, que abre a possibilidade de convulsões sociais.

“Vão tentar fazer uma terapia de choque na sociedade argentina, baseados num diagnóstico equivocado do ponto de vista teórico, porque está tomando o efeito como causa. O déficit fiscal é mais efeito do processo inflacionário do que causa e a terapia que eles estão propondo tem o risco de causar uma severa recessão na economia”, alerta.

Analise diferente faz o professor de economia da Universidade Federal de Minas Gerais Mauro Sayar, para quem o déficit público deve ser combatido com medidas duras. Ele pondera que os efeitos negativos devem ser amenizados pelo aumento dos benefícios sociais anunciados pelo governo.

“Medidas que aparentemente são boas, que a gente fala que são populistas e que vêm sendo implementados na Argentina por vários governos, durante vários anos, mostraram-se equivocadas. Querer que coisas similares sejam colocadas em prática é desejar que a Argentina continue ruim. Infelizmente, tem horas que medidas mais duras devem ser tomadas”, avalia.

As análises divergentes podem ser explicadas porque, enquanto o professor Roncaglia é identificado com o campo heterodoxo e desenvolvimentista da economia, o Sayar é identificado com um campo liberal. São correntes de pensamento que, na maioria das vezes, divergem quanto as causas e as consequências dos eventos econômicos.

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Medidas

O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, defende que a origem de todos os problemas econômicos do país é o déficit fiscal do Estado, que gasta mais do que consegue arrecadar. “Essa é a razão dos nossos problemas. Por isso, agora, o que vamos fazer é o oposto o que sempre foi feito, solucionar esse problema pela raiz”, disse Caputo, que foi secretário de Finanças durante o governo de Maurício Macri (2015-2019).

Para reduzir o déficit fiscal primário, previsto para ser de menos de 3% do PIB (soma de todos os bens e serviços produzidos no país) em 2024, o governo anunciou a redução dos subsídios ao transporte e à energia; a desvalorização da moeda em 50% (de 400 pesos para 800 pesos o valor do dólar oficial); a redução de 18 para nove ministérios e de 106 para 54 secretarias; o cancelamento das obras públicas já licitadas e não iniciadas, além de prometer não iniciar novas obras públicas; a taxação da importação e exportação, acabando com as licenças para importar; além de não renovar os contratos dos trabalhadores com menos de 1 ano de serviço no Estado.

A promessa é que essas medidas possam combater a inflação na Argentina, que fechou novembro em 160%, considerando o acumulado dos últimos 12 meses.

O ministro da Economia reconhece que as medidas vão piorar a situação, no início, mas prometeu que, após o choque inicial, a economia deve melhorar. “Vamos estar durante uns meses pior que antes, particularmente em termos de inflação”, admitiu. Para amenizar os efeitos negativos da medida, o governo duplicou o valor do benefício assistencial e aumentou o cartão alimentação em 50%.

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Prejudica a maioria

O professor Roncaglia explica que as medidas devem aumentar a inflação, prejudicando a maioria da população.

“As medidas geram uma pressão inflacionária hoje, o que deprime os salários de maneira muito profunda, gera dificuldade para os exportadores, porque está tributando exportações e tributando importações e não gera incentivo ao investimento. Então, a combinação desses elementos sobrecarrega as massas populares no que diz respeito a suportar o custo da estabilização, ou seja, os trabalhadores, pensionistas e funcionários públicos”, afirmou.

Por outro lado, acredita que a população mais rica não deve sentir o mesmo efeito. “A camada mais rica da população que tem dólar expatriado, que está fora do país, não vai sofrer nada”, completou.

O economista disse ainda que não há certeza de que a retomada econômica ocorra após a terapia de choque. “É algo que não tem absolutamente nenhuma certeza, nenhuma segurança, porque eles não estão atacando a causa do problema e a causa do problema inflacionário é a falta de dólares”, ponderou.

Para Roncaglia, as medidas anunciadas terão dificuldades em atrair dólares, o que pode vir a ocorrer por meio de novos empréstimos ao Fundo Monetário Internacional (FMI). “A questão que fica é, o que o FMI está disposto a emprestar para a Argentina? É suficiente para estabilizar a economia?”, questiona.

Déficit alimenta a inflação

O economista Mauro Sayar, em contraponto, acha que a população mais pobre já está sofrendo com a inflação, e acredita que a forma de combatê-la é equilibrando as contas públicas.

“[Com o ajuste fiscal] o governo passa a ter mais crédito, coisa que o governo argentino não tem. Ninguém está disposto a financiar um governo em que você compra um título do governo que esse título não vai valer nada porque vai ser corroído pela inflação”, destacou.

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Sayar também defende o corte nos subsídios que, na sua visão, beneficia parcela mais rica da população, como no caso dos subsídios aos combustíveis. “Não se deve ficar dando subsídios para tornar os preços de produtos artificialmente mais baratos. Vamos ver quais são os verdadeiros preços. Os preços devem refletir os custos das mercadorias”, explica.

As medidas do Milei também foram elogiadas pelo FMI. As medidas podem ajudar a “estabilizar a economia e estabelecer as bases para um crescimento mais sustentável e liderado pelo setor privado”, segundo Julie Kozarck, diretor de Comunicações do FMI.

Por outro lado, movimentos sociais e sindicais argentinos prometem protestos contra o pacote de austeridade fiscal. Contra os protestos, o governo prometeu usar as Forças Armadas caso as manifestações prejudiquem a circulação de pessoas e mercadorias.

Últimos comentários

Chama Paulo Guedes para resolver!!
Dá pena ver um economista dizer que o plano não dará certo.  Deve ser um gênio e deveria ir até Buenos Aires e apresentar uma solução ao presidente argentino.  A Argentina está acabada e quem vive aqui sabe do que estou falando.  O que não dá certo é continuar com as mesmas práticas de sempre adotadas por décadas de peronismo.
MiLeitada nós Hermanos
O fascista proibido manifestação pacífica com ameacas inconstitucionais? So assim para o verme conseguir destruir a Argentina em paz.
Coitado do povo argentino com a cópia do Bozo vai comer osso,.igual comiamos na época do ladrão genocida.
Está comendo osso após 60 anos de Lulismo desenfreado. hipocrita.
Esquerdista é tao cego, mas tao cego, que a populacao abaixo na miseria aumentou absurdamente, aí acham melhor manter o governo que causou tudo isso só pq é de esquerda. Powha, a ideologia mata mesmo! Bando de retardado mental cego
A cegueira seletiva só funciona com o gado, faça uma cronologia das gestões e terá a verdade, incompetência em ambos os lados.Felizmente na gestão Lula pagamos a divida externa e fizemos uma boa reserva em dólar, senão estaríamos do mesmo jeito, ver gestão FHC
To falando da Argentina ou do Brasil, Ze? Sua ideologia e fanatismo político é tao cego q ja puxa pra papo mula-bozonaro, ah vai dormir fanatico de politico
Ricardo, a catástrofe já está instalada; o Milei apenas está lutando para acabar com essa herança maldita deixada pela esquerda.
A gestão Macri não conta? Veja o quanto ele piorou o perfil da dívida
A direita está achando o migué o melhor gestor do mundo, em alguns meses quando a catástrofe chegar, farão de conta que não o conhecem como fiseram com o Macri, as receitas da direita só funcionam no gadoverso
Fome, miséria, hiperinflação, quebra quebra. No fim, vai falar que a cuRpa é da gRobo! Esse é a mistura de Collor com Bozo. A direita desmoralizada por marginais
Pqp sr Newman, o q a Argentina ja nao esta enfrentando, não é isso que dizes mesmo? Quem estava no poder a trocentos anos mesmo? Ah bom, a esquerda né, que só destroi, nada constrói
Esquerda, Macri piorou,Fernandez piorou e ainda acreditam numa mistura de Collor e Bozo como Salvador da nação? Isso eu chamo de idolatria burra
Vai dar certo sim sr Newman, o socialismo nao deu certo no mundo todo, dessa vez vai ser diferente, confia
o problema é igual no Brasil, esquerda acaba com país.. ai vem novo governo e tem que organizar e aí vem mediadas fortes, após isso vai melhorar em tudo, ao vem os esquerdista falar mal, e com narrativa pronta, como disse o molusco depende da narrativa e o povo acredita e voltam e terminam de acabar com país
Agora é buscar remédio para combater os males de governos populistas que levou o país a este estado.  Quem sofre é o povo iludido que se deixa manipular acreditando que as benesses prometidas por estes vão durar para sempre.  Um dia a conta chega e o remédio é amargo.  Ou toma ou sucumbe de vez.  Aqueles que não concordam ao invés de criticar, poderiam dar a solução.  Talvez até ganhassem o prêmio Nobel.
Esse prepfessor de economia , um baita comuna !! So faltava apoiar o impacto e é tao prepotente , que deve querer ensinar macaco comer banana ! Seu pai heroi lula drao que está certo , correndo para arrecadar o que ja gastou junto com o filosofo Danadao ! PT é isso, faz festa com trabalho dos outros !!
segundo alguns da imprensa ultra direitista Argentina,é só o povo comer 1vez por dia
O economista André Roncaglia é claramente de esquerda. Para ele o certo é a política anterior, de o estado emitir moeda para bancar subsídios a combustíveis, energia, distribuir grana a todos..
menos mal então
A Argentina tem o seu Collor de Melo só que piorado!! A Argentina está lascada!!
A probabilidade dessas coisas darem certo é prrto de zero. Como é que a msioria da população mais pobre vai suportar até equilibrarem, se fizerem, essas contas. Se o FMI e empresários estão elogiando o povo estdo a caminho. Que tal o atual presidente e outros fo govrtno darem o exemplo que propuseram comendo somente uma vez por dia? É só fazer o mesmo que está propondo ao povo.
Esse já deu o Golpe no primeiro dia
Nepotismo, Dobrou a fortuna dos mais ricos em 100%, Tirou a comida do povo e não pode ir nem reclamar que apanha e vai preso... Libertário sim
Quem achar que esse cara tá certo, pode mudar pra lá
Consequencias? Fome, miséria, hiperinflação, quebra quebra. No fim, vai falar que a cuRpa é da gRobo!
Qual simulação você vive?
Alfred, nem o remedinho resolve mais...
Sorte dos argentinos, que a covid deu uma esfriada.
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