Por Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) - O Ministério da Economia atualizou nesta quarta-feira sua estimativa para o déficit primário do governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência) a 787,45 bilhões de reais em 2020, conforme relatório de receitas e despesas do terceiro bimestre.
O cálculo levou em conta uma projeção de queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,7%, conforme divulgado pela Secretaria de Política Econômica na semana passada. Antes disso, a conta mais recente era de rombo primário de 795,6 bilhões de reais neste ano, ou 11,5% do PIB, mas feita com base em retração de 6,5% da atividade, retirada do boletim Focus à época.
No relatório do segundo bimestre, a expectativa era de um déficit de 540,534 bilhões de reais. Por conta do estado de calamidade pública, o governo não precisará cumprir neste ano a meta de déficit primário, de 124,1 bilhões de reais.
No relatório, o governo elevou as despesas primárias calculadas para o ano em 229,301 bilhões de reais, a 1,983 trilhão de reais, principalmente pelos créditos extraordinários adicionais para enfrentamento à crise do coronavírus, como os ligados à extensão por dois meses do auxílio emergencial.
Para a receita líquida, a conta foi diminuída em 17,615 bilhões de reais, a 1,195 trilhão de reais.