👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

Escândalo das apostas no futebol pressiona governo a avançar com regulação das "bets"

Publicado 11.05.2023, 13:15
Atualizado 11.05.2023, 15:45
© Reuters. Moedas de reais
15/10/2010
REUTERS/Bruno Domingos

Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) -O governo vem adiando a apresentação da Medida Provisória para regulamentar e tributar as apostas esportivas online, o que também atrasa a entrada em vigor de ações de combate a fraudes no setor, em meio a um escândalo envolvendo suspeita de manipulação de resultados no futebol brasileiro.

Apenas após a publicação da MP o governo passará a editar normas específicas para coibir manipulações. Repasses de recursos para iniciativas de enfrentamento às fraudes também dependem da entrada em vigor do texto.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou no início de março que o governo editaria a medida para tributar jogos de aposta na internet e regulamentar o setor. Duas semanas depois, ele previu o envio da MP ao Congresso no início de abril.

Linhas gerais do texto chegaram a ser apresentadas pela Fazenda a deputados, mas não houve formalização. No início de maio, Haddad informou que a medida havia sido remetida à Casa Civil, a quem cabe fazer a publicação, e passou a estimar que o envio ao Congresso ocorreria após o retorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva da viagem à Inglaterra.

O Ministério da Fazenda disse em nota nesta quinta-feira que a MP já estava na Casa Civil, mas depois reformulou a afirmação para apontar que o texto foi encaminhado aos cinco ministérios coautores da iniciativa, que ainda farão avaliação dos dispositivos para depois enviar a medida à Casa Civil.

A nota afirma que o governo está “finalizando” o texto, sem especificar prazo de envio.

A pasta disse que a medida vai garantir mais confiança e segurança aos apostadores “graças à transparência das regras e à fiscalização”, acrescentando que os ministérios poderão editar portarias para criar mecanismos que coíbam casos de manipulação de resultados.

De acordo com o ministério, 2,55% dessa arrecadação serão destinados ao Fundo Nacional de Segurança Pública para ações de combate à manipulação de resultados, à lavagem de dinheiro e outros atos de natureza penal. Serão destinados ainda 0,82% para a educação básica, 1,63% para os clubes esportivos, 10% à seguridade social e 1% para o Ministério dos Esportes.

Na nota desta quinta-feira, a Fazenda também informou que empresas de apostas online serão taxadas em 16% da receita líquida dos jogos, ante 15% previstos anteriormente. Essa alíquota, a ser incluída na MP, incidirá sobre o “gross gaming revenue”, receita obtida com todos os jogos feitos, subtraídos os prêmios pagos aos jogadores.

Quando ainda previa uma cobrança de 15%, a pasta estimava que o ganho anual de arrecadação com a medida poderia superar 12 bilhões de reais.

Para os apostadores, a cobrança sobre os prêmios é de 30% de Imposto de Renda, excluído o valor correspondente à faixa de isenção existente hoje no tributo.

Segundo a Fazenda, será criada uma secretaria dentro da estrutura da pasta, que será responsável pela análise de documentos e aprovação do credenciamento das empresas no país. Companhias não habilitadas serão classificadas como ilegais e estarão proibidas de realizar qualquer tipo de publicidade.

Com a legalização das apostas esportivas a partir de 2018, o setor cresceu em popularidade no Brasil, com empresas assumindo patrocínio de clubes esportivos, além de veicularem publicidade em canais de TV e redes sociais de influenciadores digitais -- tudo em meio a um vácuo de regulamentação.

SETE JOGADORES INDICIADOS

O boom agora vai estar sob holofotes por ser alvo de inquérito da Polícia Federal, que vai apurar o suposto esquema de manipulação para beneficiar apostadores revelado pelo Ministério Público de Goiás, que indiciou 16 pessoas, incluindo sete jogadores profissionais. O órgão disse que os supostos crimes ocorreram em 13 partidas, incluindo oito do Campeonato Brasileiro de 2022. Jogadores de clubes como Santos, Juventude e Cuiabá estão entre os acusados.

Nos documentos, os promotores alegaram que uma quadrilha criminosa pagou jogadores para cometer infrações. O grupo então apostava nesses jogos e ganhava pagamentos quando as manipulações ocorriam.

© Reuters. Moedas de reais
15/10/2010
REUTERS/Bruno Domingos

O presidente do Instituto Brasileiro Jogo Legal, Magnho José, afirma que que quanto mais o país demorar a regular o setor mais problemas o governo enfrentará. Ele defende que as empresas suspendam as apostas ligadas a condutas individuais de jogadores até que haja regras e maturidade suficiente do mercado.

“As casas de apostas deveriam dar uma resposta e tirar da grade de ofertas as opções de apostas em escanteios, laterais, cartões amarelos e vermelhos e pênaltis para evitar a conduta individualizada e minimizar as possibilidades de fraude e manipulações”, disse.

(Por Bernardo Caram; edição de Isabel Versiani e Flávia Marreiro)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.