MADRI (Reuters) - A Suprema Corte da Espanha condenou nesta segunda-feira nove líderes separatistas da Catalunha a penas de prisão que variam de 9 a 13 anos por sedição devido ao envolvimento em uma tentativa de independência fracassada, desencadeando protestos na região.
Outros três réus que também foram julgados por envolvimento no referendo de outubro de 2017, realizado apesar de uma proibição, e na declaração de independência de curta duração foram considerados culpados somente de desobediência e não receberam penas de prisão.
Todos os réus foram absolvidos da acusação mais grave, a de rebelião, mas separatistas destacados logo repudiaram a decisão da corte, e os condenados enviaram mensagens desafiadoras, exortando as pessoas a irem às ruas.
Ex-líder do governo regional catalão, Carles Puigdemont disse que as penas de prisão são uma "atrocidade", e o chefe do Parlamento regional, Roger Torrent, as classificou como um "ataque à democracia".
Em Barcelona, três grandes ruas foram interditadas por manifestantes que exibiam cartazes pedindo "Liberdade para os presos políticos". Diante da sede do pró-independência Omnium Cultural de Barcelona, um multidão bradava "Nós faremos de novo!" -- um slogan usado por apoiadores separatistas que querem realizar um novo referendo.
Em Tarragona, manifestantes bloquearam a rodovia A7 para Barcelona e várias estradas regionais em toda a Catalunha, disseram autoridades da agência de tráfego rodoviário catalã. Uma interdição realizada mais cedo na rede ferroviária regional nos arredores da cidade de Girona, um bastião separatista, havia terminado.
Há muito em disputa na forma como o veredicto será recebido, tanto para a Espanha quanto para sua região mais rica. A ofensiva independentista da Catalunha atraiu a atenção do mundo, provocou a maior crise política espanhola em décadas e causou apreensão nos mercados financeiros.
Os protestos separatistas têm sido pacíficos em sua maioria, mas fontes da polícia disseram que as autoridades estão preparadas para qualquer episódio de violência. As autoridades espanholas estão determinadas a evitar qualquer crítica do exterior que veja as penas como muito draconianas, e o movimento separatista terá que decidir como reagir ao veredicto.
A pena mais longa de 13 anos foi para o ex-vice-líder do governo regional catalão, Oriol Junqueras.
Os separatistas presos disseram por meio de redes sociais que levarão a luta adiante.
(Por Joan Faus, em Barcelona, e Emma Pinedo, Isla Binnie, Belen Carreno, Elena Rodriguez, Ashifa Kassam, Jose Elias Rodriguez e Nathan Allen, em Madri)