Por David Morgan
WASHINGTON (Reuters) - As perspectivas de um acordo no Congresso dos Estados Unidos para ajudar os norte-americanos em dificuldades devido à pandemia de coronavírus perdiam força nesta sexta-feira, com o Senado e a Câmara em recesso e sem nenhuma nova negociação programada com os representantes do presidente Donald Trump.
Depois de uma semana em que os líderes dos partidos Democrata e Republicano passaram culpando uns aos outros pelo fracasso nas negociações, os parlamentares não devem se reunir novamente até o mês que vem, embora os líderes de ambos os partidos tenham dito que poderiam avisar seus membros com 24 horas de antecedência caso um acordo apareça.
Os dois lados permanecem formalmente separados por cerca de 2 trilhões de dólares nos termos do acordo, com grandes lacunas sobre o financiamento de escolas, ajuda aos governos estaduais e locais e auxílio-desemprego.
Trump acrescentou na quinta-feira que se opõe a qualquer dinheiro para ajudar os correios dos Estados Unidos a lidar com uma esperada enxurrada de cédulas para a realização das eleições de 3 de novembro, embora depois tenha dito mais tarde que não vetaria um projeto que incluísse esse financiamento.
Um impasse sobre pagamentos adicionais de 600 dólares por semana em auxílio-desemprego, que venceu em 31 de julho, deixava os mercados financeiros cautelosos, já que o Departamento de Comércio relatou um crescimento das vendas no varejo mais fraco do que o esperado em julho devido aos efeitos da pandemia e ao fim da ajuda para os desempregados.
Os pagamentos de auxílio-desemprego ajudaram a economia dos EUA ao fortalecer os gastos do consumidor, de acordo com funcionários do Federal Reserve e economistas. Trump tentou agir sozinho no sábado com um memorando propondo novo pagamento adicional, embora economistas tenham questionado a eficácia dessa medida limitada.
Enquanto isso, o número de infecções por coronavírus nos Estados Unidos se aproximava de 5,3 milhões nesta sexta-feira, com as mortes chegando a 167 mil.