GIBRALTAR (Reuters) - Os Estados Unidos emitiram um mandado para confiscar um navio petroleiro iraniano, pego no conflito entre Teerã e o Ocidente, em uma última tentativa de impedi-lo de sair de Gibraltar.
O barco Grace 1 foi apreendido pelos fuzileiros da marinha britânica na boca ocidental do Mediterrâneo, em 4 de julho, sob a suspeita de que ele levava óleo à Síria, em violação de sanções da União Europeia.
Gibraltar suspendeu a ordem de detenção na quinta-feira depois que o ministro-chefe do território britânico afirmou que recebeu garantias por escrito de Teerã de que a carga não seria levada à Síria.
No entanto, com o barco e seus 2,1 milhões de barris de petróleo livres para zarpar, os Estados Unidos lançaram uma apelação legal separada contra o navio, alegando que ele tem relações com a Guarda Revolucionária do Irã (IRGC), que é designada como uma organização terrorista.
Uma corte federal de Washington emitiu o mandado para confiscar o navio petroleiro, o óleo que ele carrega e quase um US$1 milhão.
“Uma rede de empresas de fachada teriam lavado milhões de dólares em apoio a essas remessas”, disse a procuradora federal do Distrito de Columbia, Jessie Liu, em um comunicado à imprensa.
“O esquema envolve múltiplas partes afiliadas com o IRGC e é promovido por meio das viagens enganosas do Grace 1”.
O Departamento de Estado dos EUA não respondeu imediatamente ao pedido por um comentário sobre o mandado, cuja aplicação foi endereçada ao “serviço de Marshals dos EUA e/ou qualquer outro oficial da lei devidamente autorizado”.
O Pentágono recusou-se a comentar, assim como o Escritório de Relações Exteriores do Reino Unido.
Questionado na sexta-feira sobre a intervenção dos EUA, o ministro-chefe de Gibraltar, Fabian Picardo, disse que ela seria sujeita à jurisdição da Suprema Corte de Gibraltar. “Pode retornar à corte, com certeza”.
(Por Marco Trujillo)