A Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) emitiu comunicado informando sobre riscos de desequilíbrio competitivo para a produção do setor no Brasil caso o governo aceite o pleito enviado pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), que defende uma elevação da tarifa de aproximadamente 12% para 20% em 64 tipos de produtos químicos diferentes.
O gestor de mercado internacional da Assintecal, Luiz Ribas Júnior, classificou o pleito de aumento de imposto de importação como "tarifaço" e mencionou que a medida pode provocar um repasse de preços, tornando produtos feitos a partir de couro e calçados mais caros para o consumidor final.
"Teremos mais um aumento de custo, que será repassado para o produtor de calçados, gerando um efeito negativo de competitividade para toda a cadeia produtiva", afirmou Júnior. O executivo acrescentou que muitos dos insumos listados pelo pleito de aumento da importação não possuem concorrência em termos de oferta e são produzidos por oligopólios no País.
"As importações são vitais para qualquer política industrial que busque sofisticar a produção nacional, ampliando a sua inserção internacional. As elevações tarifárias propostas poderiam aumentar significativamente os custos de produção, comprometendo a qualidade e competitividade de nossos produtos", disse.
Segundo a Assintecal, o mercado de componentes e químicos para couros e calçados faz parte de uma cadeia produtiva que emprega, diretamente, mais de 320 mil pessoas em todo o Brasil. De forma indireta, os empregos chegam a 1 milhão de pessoas no País.
A entidade defende que a competitividade, advinda da redução de custos produtivos, é fundamental para a manutenção das empresas do setor de couro e calçados e, consequentemente, dos empregos gerados por essas empresas.