Os financiamentos imobiliários com recursos da poupança chegaram a R$ 11,4 bilhões em abril deste ano, 23% a menos que no mês de março, e 31,6% a menos que no mesmo mês de 2021. Os dados constam do balanço da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
Nos primeiros quatro meses do ano, os financiamentos somaram R$ 52,62 bilhões, montante 12,2% menor que no mesmo intervalo de 2021. Já nos 12 meses encerrados em abril, houve alta de 26,2% no total acumulado, para R$ 198,12 bilhões, ainda sob efeito positivo das concessões recordes feitas no ano passado.
Somente em abril, foram financiados 45,3 mil imóveis nas modalidades de aquisição e construção, 28,7% a menos que em março, ainda de acordo com a Abecip. O número representou ainda uma queda de 35,3% em relação a abril de 2021.
Nos quatro primeiros meses deste ano, foram 221,4 mil imóveis financiados através do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), valor 14,4% abaixo do mesmo período de 2021. No acumulado de 12 meses, o resultado foi 42,3% superior ao do período imediatamente anterior, com 829,1 mil imóveis.
A Caixa Econômica Federal (CEF) é a líder em financiamento, com R$ 27,2 bilhões acumulados entre janeiro e abril, juntando as modalidades de construção e aquisição. Em seguida vêm o Itaú (SA:ITUB4), com R$ 12,1 bilhões, e o Bradesco (SA:BBDC4), com R$ 6,4 bilhões.
Recursos
Os próprios recursos da poupança estão em baixa, embora em menor escala. Diante do atraso da divulgação do resultado da poupança em abril, com a greve dos servidores do Banco Central, a Abecip fez pesquisa que aponta que em abril, houve retirada líquida de R$ 7,35 bilhões da poupança. O saldo das cadernetas fechou abril em R$ 768,6 bilhões.
Segundo a entidade, é o resultado mais fraco para um mês de abril da série histórica do SBPE. A Abecip conclui que o número é efeito da situação macroeconômica mais desafiadora, com uma quantidade maior de poupadores recorrendo aos recursos da poupança para o dia a dia.
Ao mesmo tempo, a entidade aponta que a alta da Selic tem atraído os poupadores para investimentos mais atrativos - a remuneração da poupança é travada em 0,5% ao mês mais TR sempre que a Selic ultrapassa os 8,5% ao ano.