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EdiçãoJulio Alves
Publicado 09.10.2025, 08:02
© Reuters

Investing.com – Os índices futuros das bolsas norte-americanas operavam perto da estabilidade nesta quinta-feira, antes da abertura em Nova York, com os investidores avaliando a ata da última reunião do Federal Reserve e o rali das ações ligadas à inteligência artificial.

A autoridade monetária dos EUA mostrou-se dividida sobre o rumo da política de juros no restante de 2025, diante de uma economia que combina desaceleração no emprego e inflação resistente.

No âmbito corporativo, Delta Air Lines e PepsiCo divulgam resultados trimestrais, enquanto, no mercado de commodities, o ouro recua após renovar máximas históricas.

No Brasil, os investidores devem avaliar as repercussões fiscais da perda de validade da medida provisória que aumentava a carga tributária sobre determinadas operações financeiras.

1. Futuros de Nova York sem direção clara

Os índices futuros de Wall Street operavam próximos à estabilidade, refletindo cautela antes da temporada de balanços e após a divulgação da ata do Fed. Às 7h12 (horário de Brasília), os contratos futuros do Dow Jones e do S&P 500 mostravam variações marginais, enquanto o Nasdaq 100 subia 0,1%, ou 16 pontos.

Na sessão anterior, o S&P 500 e o Nasdaq registraram novos recordes de fechamento, sustentados por gigantes de tecnologia ligadas à inteligência artificial, que seguem como principal vetor dos ganhos no mercado americano ao longo do ano. Apesar das dúvidas sobre a sustentabilidade do movimento, o entusiasmo com o setor ainda domina o sentimento dos traders.

O impasse fiscal em Washington, que mantém o governo parcialmente paralisado há mais de uma semana, também limita o apetite por risco, podendo atrasar a divulgação de indicadores econômicos. Com poucos dados relevantes no radar e o foco deslocado para os balanços do terceiro trimestre, analistas apontam que o volume de operações deve permanecer contido.

2. Ata do Fed revela divergência sobre cortes de juros

A ata da reunião de setembro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) mostrou divisão entre os dirigentes do Federal Reserve sobre a trajetória das taxas até o fim do ano. O documento confirmou que a maioria apoiou o corte de 25 pontos-base decidido no mês passado e reconheceu espaço para novas reduções graduais em 2025.

O debate girou em torno do desaquecimento do mercado de trabalho e da persistência inflacionária. A maioria dos membros considerou “apropriado” manter uma política mais flexível para mitigar riscos ao emprego, mas parte do comitê expressou preocupação com a possibilidade de reacender as pressões de preços.

Analistas da Capital Economics observaram que o Fed ainda enxerga “riscos de alta” para a inflação e, por isso, deve seguir um ritmo de cortes mais cauteloso do que o precificado pelos mercados futuros. As apostas em uma nova redução de 25 pontos-base na reunião deste mês, contudo, permaneceram inalteradas após a publicação da ata.

3. Balanços corporativos movimentam o pré-mercado em Wall Street

A temporada de resultados começa a ganhar corpo, e a Delta Air Lines publica seus números antes da abertura. A companhia aérea reforçou recentemente suas projeções anuais e trimestrais, elevando o piso da faixa de crescimento de receita do terceiro trimestre para 2% a 4%, ante previsão anterior de até 4%.

O mercado vê a empresa como um termômetro da recuperação do setor de turismo nos EUA, que enfrenta desafios desde o início do ano, agravados pelas tarifas de importação anunciadas por Trump. A demanda reprimida e as promoções no verão deram fôlego às companhias aéreas, que agora buscam recompor margens com aumento gradual das tarifas.

A PepsiCo também apresenta balanço antes da abertura, em meio à pressão do fundo ativista Elliott Investment Management, que adquiriu uma fatia de US$ 4 bilhões na companhia e defende uma reestruturação profunda. Entre as propostas estão a venda da divisão Quaker e a cisão do braço de engarrafamento, com o objetivo de reduzir custos e ampliar rentabilidade.

A administração da Pepsi resiste a mudanças drásticas, argumentando que a separação da área de engarrafamento poderia levar anos e prejudicar as margens. As ações da fabricante de {{stocks|Lay’s}} e {{stocks|Mountain Dew}} acumulam queda superior a 7% em 2025, desempenho inferior ao setor de bens de consumo do S&P 500. Analistas da Vital Knowledge avaliam que a entrada da Elliott reacendeu o debate sobre destravamento de valor, mas alertam que o ambiente macro segue desafiador para o segmento.

4. Ouro recua após acordo em Gaza reduzir demanda por proteção

O ouro registrava leve baixa após a notícia de um cessar-fogo entre Israel e Hamas reduzir parte da busca por ativos defensivos. O metal, que recentemente superou US$ 4.000 por onça pela primeira vez, ainda encontra suporte nas preocupações com a situação fiscal do Japão, a paralisação do governo americano e a instabilidade política na França.

O tom mais brando da ata do Fed reforçou as expectativas de cortes adicionais de juros, o que tende a sustentar o ouro em patamares elevados. Às 7h48 (horário de Brasília), o ouro à vista caía 0,2%, a US$ 4.032,10 por onça, enquanto os contratos futuros para dezembro recuavam 0,5%, para US$ 4.050,50.

5. Queda da MP do IOF no Brasil

A Medida Provisória (MP) 1.303, criada para compensar perdas de arrecadação do imposto sobre operações financeiras (IOF), perdeu a validade à meia-noite desta quinta-feira, representando uma derrota política e fiscal para o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Retirada de pauta pela Câmara antes da votação, a MP expirou sem análise do mérito, impedindo o governo de arrecadar cerca de R$ 31,4 bilhões entre 2025 e 2026 e agravando o desequilíbrio orçamentário.

Editada em junho após impasse com o Congresso sobre o aumento do IOF, a medida buscava recompor receitas após a exclusão da cobrança sobre operações de antecipação de recebíveis muito utilizada por empresas varejistas (“risco-sacado”). Agora, a equipe econômica precisará rever projeções e ampliar o bloqueio de gastos para compensar a frustração fiscal.

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