(Reuters) - Forças de segurança mataram mais de 90 pessoas, incluindo algumas crianças, em Mianmar neste sábado, em um dos dias mais sangrentos de protestos desde o golpe militar do último mês, segundo testemunhas e a imprensa local.
A repressão fatal no Dia das Forças Armadas atraiu novas críticas de países ocidentais. O embaixador britânico, Dan Chugg, disse que as forças de segurança haviam "se desonrado", e o enviado dos EUA classificou a violência como "horrível".
O general sênior Min Aung Hlaing, líder da junta militar que tomou o poder no país, afirmou durante uma parada para marcar o Dia das Forças Armadas que o Exército protegeria o povo e lutaria pela democracia.
A emissora de televisão estatal disse na sexta-feira que os manifestantes assumiriam o risco de serem baleados "na cabeça e nas costas". Apesar disso, eles foram às ruas de Yangon, Mandalay e outras cidades, como fizeram quase todos os dias desde o golpe de 1º de fevereiro que depôs a líder eleita Aung San Suu Kyi.
O portal de notícias Myanmar Now disse que 91 pessoas foram mortas ao redor do país pelas forças de segurança.
Pelo menos 29 pessoas, incluindo uma garota de 13 anos, foram mortas em Mandalay, e pelo menos 24 pessoas em Yangon, disse o Myanmar Now. Um garoto de cinco anos estava entre as mortes relatadas em Mandalay, mas houve relatos contraditórios posteriormente de que ele talvez tenha sobrevivido. Outra criança de 13 anos estava entre os mortos na região central de Sagaing.
"É um dia de vergonha para as Forças Armadas", afirmou o Dr. Sasa, porta-voz do CRPH, um grupo anti-junta organizado por parlamentares depostos, a um fórum on-line.
(Reportagem da Redação da Reuters)