Por Aftab Ahmed e Christian Kraemer
BENGALURU (Reuters) - A França não assinará um comunicado do G20 a menos que o documento contenha a mesma condenação sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia como no ano passado, disse o ministro das Finanças do país nesta sexta-feira à margem de uma reunião do G20 na Índia.
"Quero deixar bem claro que nos oporemos a qualquer recuo dos líderes em relação à declaração dos líderes em Bali sobre esta questão da guerra na Ucrânia", disse Bruno Le Maire em entrevista coletiva.
"Confiamos plenamente na Índia para chegar a um comunicado forte e estamos felizes em ver a Índia no comando hoje."
A declaração dos líderes após a última cúpula do G20 em Bali deplorou "nos termos mais fortes a agressão da Federação Russa contra a Ucrânia e exige sua retirada completa e incondicional do território da Ucrânia".
"Ou temos a mesma linguagem ou não assinamos o comunicado final", disse Maire.
A Índia, que detém a atual presidência do G20, manteve uma postura amplamente neutra em relação à guerra, recusando-se a culpar a Rússia pela invasão, buscando uma solução diplomática e aumentando fortemente suas compras de petróleo russo.
Nova Délhi não quer que o G20 discuta sanções adicionais contra a Rússia e também está pressionando para evitar o uso da palavra "guerra" para descrever o conflito de um ano, disseram autoridades do G20 à Reuters.
A Rússia, que é membro do G20, refere-se às suas ações na Ucrânia como uma "operação militar especial" e evita chamá-la de invasão ou guerra.
Os líderes financeiros do G20 precisam condenar a agressão da Rússia, disse Maire em entrevista à Reuters.
"As sanções serão cada vez mais eficientes, cada vez mais eficazes", declarou ele.
(Reportagem adicional de Shivangi Acharya e Sarita Chaganti Singh)