Por Joe Bavier
WASHINGTON (Reuters) - A África está lidando com três choques: o aumento da dívida, a crise alimentar e as consequências das mudanças climáticas, e precisa de mais ajuda por parte das instituições internacionais e de países ricos para lidar com isso, disseram ministros das Finanças africanos neste sábado.
As economias em desenvolvimento da África estavam começando a se recuperar da pandemia quando a invasão da Rússia na Ucrânia provocou turbulências no mercado de capitais e uma aceleração da inflação que fez os preços dos alimentos dispararem.
Enquanto isso, o continente já estava lidando com eventos climáticos extremos, incluindo secas, enchentes e ciclones, agravados pelas mudanças climáticas.
"Os países africanos são realmente vítimas. Eles realmente não são responsáveis por esses efeitos devastadores (das mudanças climáticas)", disse o ministro das Finanças de Comores, Mzé Abdou Mohamed Chanfiou, em coletiva de imprensa.
Chanfiou estava acompanhado de dois outros ministros das Finanças africanos durante as reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial em Washington, nos Estados Unidos. O trio falava em nome dos ministros das Finanças do continente.
"Mesmo que o FMI, o Banco Mundial e nossas instituições regionais tenham criado fundos de emergência, esses fundos não parecem ser realmente suficientes para responder a isso."
O FMI criou o Fundo de Resiliência e Sustentabilidade (RST) no ano passado para ajudar a canalizar os excessos de reservas de direitos especiais de saque do FMI de países mais ricos para países pobres e vulneráveis de renda média.
Embora a África necessite de mais apoio para lidar com a escassez e os altos preços de alimentos causados por fenômenos climáticos e a guerra na Ucrânia, os ministros disseram que os governos africanos também têm seu papel a desempenhar.
(Reportagem adicional de Andrea Shalal)
((Tradução Redação São Paulo))
REUTERS PVB ES