Por John McCrank
NOVA YORK (Reuters) - O expressivo rali do mercado acionário em meio à pandemia do coronavírus tem sido construído em grande parte pelo otimismo e pela omissão a potenciais impactos negativos que poderiam acabar pegando investidores desprevenidos, disse em nota a clientes Howard Marks, cofundador da Oaktree Capital Management.
Grande parte do rali parece se basear em injeções de liquidez pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) e pelos estímulos do Tesouro dos EUA, os quais investidores assumem que levarão a uma recuperação financeira sem grandes consequências negativas, afirmou o veterano investidor em dívidas problemáticas em nota com data de quinta-feira.
Mas o potencial para novos ganhos não compensa totalmente o risco de declínio casos os eventos desapontem ou os múltiplos se contraiam, disse Marks, que também é copresidente da Oaktree, que detinha 113 bilhões de dólares em ativos sob gestão em março, segundo seu site.
"Em outras palavras, a perspectiva fundamental pode ser positiva considerando tudo, mas com os preços de ativos listados onde estão, o cenário não está a favor dos investidores", disse.
Paul Tudor Jones e Stan Druckenmiller, respeitados gestores de hedge funds, disseram recentemente que estavam ficando mais otimistas em relação às ações. O discurso de Jones, relatado pela Bloomberg, ocorreu no Clube Econômico de Nova York. Já Druckenmiller falou à CNBC.
O mercado teve forte queda quando grande parte da economia norte-americana foi paralisada em resposta à pandemia do coronavírus, chegando ao fundo do poço em 23 de março, com o S&P 500 em queda de 35% em relação à máxima recorde de 19 de fevereiro.