Por Jan Strupczewski
BRUXELAS (Reuters) - Líderes das 20 maiores economias mundiais (G20) debaterão neste fim de semana como lidar com a pandemia sem precedentes de Covid-19, que causou uma recessão global, e como administrar a recuperação depois que o coronavírus estiver sob controle.
No topo da agenda estão a compra e a distribuição global de vacinas, medicamentos e testes para países de baixa renda que não podem arcar com essas despesas sozinhos. A União Europeia vai pedir ao G20 neste sábado que invista 4,5 bilhões de dólares para ajudar.
“O tema principal será intensificar a cooperação global para enfrentar a pandemia”, disse uma alta autoridade do G20 que participa dos preparativos para a cúpula de dois dias, presidida pela Arábia Saudita e realizada virtualmente por causa da pandemia.
Em seu discurso de abertura aos líderes do G20, o rei Salman bin Abdulaziz, governante saudita de 84 anos, enfatizou a necessidade de acesso equitativo às ferramentas para combater a Covid-19, incluindo vacinas.
“Devemos trabalhar para criar as condições de acesso equitativo e a preço acessível dessas ferramentas para todos os povos. Ao mesmo tempo, devemos nos preparar melhor para qualquer futura pandemia”, disse ele ao grupo por meio de um link de vídeo.
Para se preparar para o futuro, a UE irá propor um tratado sobre pandemias.
"Um tratado internacional nos ajudará a responder mais rapidamente e de maneira mais coordenada", dirá o chairman dos líderes da UE, Charles Michel, ao G20 no domingo.
Enquanto a economia global está se recuperando das profundezas da crise, o ímpeto está diminuindo em países com taxas de infecção crescentes, a retomada é desigual e a pandemia provavelmente deixará cicatrizes profundas, disse o Fundo Monetário Internacional (FMI) em um relatório para a cúpula do G20.
Especialmente vulneráveis são os países pobres e altamente endividados do mundo em desenvolvimento, que estão "à beira da ruína financeira e da crescente pobreza, fome e sofrimento incalculável", disse o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, na sexta-feira.
Para resolver isso, o G20 endossará um plano para estender uma moratória do serviço da dívida para os países em desenvolvimento por seis meses até meados de 2021, com a possibilidade de uma nova prorrogação, disse um projeto de comunicado do G20 visto pela Reuters.
Os membros europeus do G20 devem pressionar por mais.
"É necessário mais alívio da dívida", disse Michel a repórteres na sexta-feira.