Por David Milliken e Andrea Shalal
LONDRES/WASHINGTON (Reuters) - As sete maiores economias avançadas do mundo concordaram em apoiar a primeira expansão das reservas do Fundo Monetário Internacional desde 2009, uma medida destinada a ajudar os países em desenvolvimento a lidar com a pandemia de coronavírus, disse o Reino Unido nesta sexta-feira.
O Reino Unido -- que está presidindo o Grupo dos Sete (G7) este ano -- disse que os ministros das Finanças dos países membros concordaram em apoiar um aumento "novo e considerável" no volume de Direitos Especiais de Saque (SDRs, na sigla em inglês), a moeda própria do FMI.
"O acordo de hoje entre o G7 abre caminho para uma ação crucial e combinada para apoiar os países de baixa renda do mundo, garantindo que nenhum país seja deixado para trás na recuperação econômica global diante do coronavírus", disse o ministro das Finanças britânico, Rishi Sunak.
A notícia foi comemorada pela diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, que disse que a reunião dos ministros das Finanças do G7 foi "produtiva".
Uma expansão de 500 bilhões de dólares nos SDRs foi contestada no ano passado pelo então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No mês passado, a secretária do Tesouro norte-americano, Janet Yellen, disse que gostaria de uma expansão, mas quer maior transparência sobre como os SDRs seriam usados e negociados.
Fontes nos Estados Unidos familiarizadas com as negociações do G7 disseram que um aumento de cerca de 650 bilhões de dólares estava em discussão.
Mesmo se Yellen obtiver consenso para uma alocação de SDRs que fique abaixo do limite que exige a aprovação do Congresso dos EUA -- cerca de 679 bilhões de dólares com base nas taxas de câmbio atuais -- a política interna dos EUA é complicada.
Os congressistas republicanos já reclamaram que a medida deixaria de atingir os países que mais precisam dos fundos, mas forneceria reservas de caixa grátis para China, Irã e outros países vistos como adversários pelo governo Trump.
Qualquer expansão de SDRs também precisará ser acordada com países fora do G7, incluindo a China, antes da reunião do FMI de abril.