Por Rich McKay e Maria Caspani
ATLANTA (Reuters) - Governadores de alguns Estados dos Estados Unidos estão seguindo adiante com os planos de começar um reinício parcial de suas economias apesar de avisos de que afrouxar as restrições de maneira prematura pode levar a um novo surto de infecções do coronavírus e à perda de vidas.
A iniciativa em direção à reabertura na Geórgia, Carolina do Sul e outros Estados segue uma série de protestos no Michigan, Pensilvânia e em outros lugares para exigir uma revisão de ordens que fecharam empresas e congelaram a vida social para combater a pandemia.
Em alguns outros Estados ainda mais afetados pela pandemia, as tensões entre o presidente Donald Trump e governadores se intensificaram por conta do papel do governo federal na resolução da escassez persistente de testes, vista por especialistas como pré-requisito para reduzir a exposição e permitir a reabertura segura.
O governador Andrew Cuomo, de Nova York, que representa quase metade das mortes por coronavírus nos Estados Unidos, iria discutir a questão dos testes durante uma reunião com Trump na tarde de terça-feira.
"É questão de preocupação toda essa ideia de reabertura. É baseada em parâmetros gerados de maneira não científica", disse Boris Lushniak, reitor da Escola de Saúde Pública da Universidade de Maryland.
Lushniak afirmou que a Geórgia havia comprovado apenas sete dias de queda no número de casos, em vez dos 14 dias requeridos pelas orientações federais.
Autoridades de Saúde dizem que os Estados Unidos deveriam testar cerca de 3 milhões de pessoas por semana para conseguir uma estimativa precisa do alcance do vírus, mas os Estados fizeram apenas 1 milhão de testes nos últimos sete dias, de acordo com o Projeto de Rastreamento do Covid.
"Precisamos fazer mais testes antes de tomar qualquer decisão de saúde pública (...) Precisamos ficar melhores nisso. Nossas mãos estão amarradas sem esses testes", disse Lushniak.
A Geórgia está entre os Estados que irão permitir que mais empresas funcionem nesta semana ou na próxima.
O governador da Geórgia, o republicano Brian Kemp, irá permitir o funcionamento de academias, salões de beleza, pistas de boliche, estúdios de tatuagem e clínicas de massagem a partir da próxima sexta-feira. Já na segunda-feira, voltam a funcionar cinemas e restaurantes. A decisão provocou críticas de alguns especialistas em saúde pública e de autoridades locais.