Por David Lawder e Andrea Shalal
WASHINGTON (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional está pronto para ajudar os países que podem ser afetados por quaisquer efeitos colaterais de um eventual conflito envolvendo a Rússia e a Ucrânia e pelas sanções impostas por governos ocidentais, disse a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, nesta quarta-feira.
Georgieva afirmou em um evento do Washington Post Live que as sanções inevitavelmente interromperão algumas transações financeiras e o funcionamento do sistema financeiro, especialmente se as sanções restringirem o acesso da Rússia à rede de transações financeiras SWIFT.
"Se estivermos em uma situação em que haja impactos consequentes (de um conflito Russia-Ucrânia) que exijam mais engajamento do FMI para outros países, é claro que estaremos lá. Ainda temos capacidade para empréstimo de cerca de 700 bilhões de dólares", disse Georgieva.
A chefe do FMI disse esperar uma solução diplomática para a crise pelo bem do povo ucraniano e pela necessidade de manter a recuperação econômica global.
A crise elevou os preços da energia, especialmente na Europa, e a interrupção da oferta de grãos da Ucrânia pode aumentar as pressões sobre os preços dos alimentos.
Georgieva explicou que o FMI tem cerca de 2,2 bilhões de dólares disponíveis em seu programa de empréstimo com a Ucrânia que podem ser desembolsados entre agora e junho. A Ucrânia recebeu uma parcela inicial de 700 milhões de dólares em novembro.
"Sob esse programa, a Ucrânia tem agido responsavelmente para ampliar as reservas. Ela tem também se beneficiado da alocação de Direitos Especiais de Saque que fizemos no ano passado. E, nesse sentido, vemos espaço para ajudar especificamente a economia ucraniana bem claro ao longo do próximo mês", disse ela.
O FMI ajudará a avaliar o impacto de qualquer conflito e fará recomendações prudentes a países membros conforme a crise se desenrolar, disse ela.
(Reportagem de David Lawder e Andrea Shalal)