BRASÍLIA (Reuters) - O governo acredita que poderá contar com o apoio de parlamentares de partidos de oposição para aprovar no Congresso a reforma tributária e o novo marco fiscal, afirmou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, em entrevista à GloboNews nesta quarta-feira, citando essas duas pautas como prioridades congressuais.
"Pretendo discutir com o Progressista, o Republicanos e até com o PL, o partido do presidente que saiu (Jair Bolsonaro), esses temas, assim como foi na PEC da Transição, que eles tenham sensibilidade de votar e aprovar esses temas", afirmou o ministro.
Padilha defendeu que a reforma tributária não é um tema de governo nem de oposição, mas é uma necessidade para atrair investimentos para o país, e disse que o novo marco fiscal que irá substituir o teto de gastos é muito importante para dar segurança e previsibilidade aos investidores.
Ao ser questionado sobre críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a atuação do Banco Central na definição da taxa de juros do país, Padilha afirmou que não há qualquer discussão no governo de mudança na lei que garantiu a autonomia da autoridade monetária e disse que é possível ter uma relação "respeitosa e institucional".
"Não existe qualquer discussão do governo de mudança na lei que garante a autonomia ao Banco Central", disse ele, ao destacar que nos oito anos do primeiro governo Lula o BC atuou com total autonomia sob a presidência de Henrique Meirelles.
"Mais do que isso, acredito que é possível ter uma relação respeitosa, institucional, com o Banco Central que, inclusive na lei, tem metas de inflação", afirmou, acrescentando que é necessário o cumprimento das metas e que cabe ao Congresso acompanhar, fiscalizar e avaliar o desempenho da instituição.
(Por Redação Brasília)