Londres, 4 set (EFE).- O ministro da Economia do Reino Unido, Sajid Javid, anunciou nesta quarta-feira uma verba extra de 2 bilhões de libras (cerca de 2,2 bilhões de euros) para enfrentar um possível Brexit sem acordo no próximo dia 31 de outubro.
Javid apresentou na Câmara dos Comuns a chamada "Revisão das Despesas", onde detalha as prioridades orçamentárias do Executivo conservador para o exercício 2020-2021 e que incluem um aumento do investimento em serviços públicos como saúde e educação para "deixar para trás a austeridade".
O ministro, que assumiu o cargo em julho, foi repreendido várias vezes pelo presidente dos Comuns, John Bercow, por se afastar de sua questão econômica e fazer comentários políticos sobre o Brexit.
Após um longo preâmbulo criticado pela oposição, Javid disse que os gastos do Governo aumentarão em 2020-2021 para um total de 30,4 bilhões de libras (cerca de 33,6 bilhões de euros), com um aumento de 6,3% do orçamento do Ministério do Interior para financiar o recrutamento de 20 mil novos policiais.
Além disso, o ministro anunciou um adicional de 6,2 bilhões de libras (cerca de 6,8 bilhões de euros) para o Serviço Nacional de Saúde (NHS, sigla em inglês) e dotações para combater a exploração infantil pela internet e a crise climática.
Durante sua apresentação, ele garantiu que a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), que seu governo pretende concretizar com ou sem acordo na data prevista, em 31 de outubro, apresenta "oportunidades" para a economia e reiterou que o país está "preparado" para uma possível saída brusca.
A revisão de Javid, que abrange apenas um ano fiscal e não um período mais longo, é interpretada como uma reivindicação eleitoral diante da possibilidade que o primeiro-ministro conservador, Boris Johnson, convoque eleições antecipadas por conta da oposição do Parlamento aos seus planos do Brexit.