BRASÍLIA/RIO DE JANEIRO (Reuters) - O governo federal anunciou neste sábado a criação de uma poupança digital para realização do pagamento de benefícios, incluindo um novo saque do FGTS e auxílio emergencial, com o objetivo de evitar uma corrida aos bancos que provoque aglomerações à medida que o Brasil sofre com a pandemia de coronavírus.
"O momento atual exige distanciamento social como medida de prevenção à Covid-19", disse o Ministério da Economia em nota sobre a criação da conta poupança digital.
O ministério lembrou que nos próximos dias acontecerá o saque emergencial do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), no valor total aproximado de 37,8 bilhões de reais; o pagamento de nova parcela de 600 reais do auxílio emergencial, que gira em torno de 50 bilhões de reais; além do pagamento do Bolsa Família, que alcança 2,5 bilhões de reais mensalmente.
A Caixa estima, segundo apresentação divulgada pelo banco neste sábado, que 121,3 milhões de pessoas serão beneficiadas com os saques emergenciais tanto do FGTS como do auxílio concedida em razão da pandemia do novo coronavírus.
No caso do FGTS, o valor liberado será de até 1.045 reais para todos os trabalhadores com saldo em contas ativas ou inativas do fundo, com calendário de acordo com o mês de nascimento, começando em 29 de junho até 21 de setembro.
De acordo com o Ministério da Economia, a Caixa Econômica Federal irá realizar a abertura automática de contas de poupança digitais para os beneficiários dos programas no período da calamidade pública, sem cobrança de tarifa mensal. O titular terá direito a realizar uma transferência por mês de forma gratuita.
O presidente Jair Bolsonaro, que assinou a medida provisória que criou a poupança digital, é um crítico das medidas de distanciamento social decretadas por governadores e prefeitos para conter a disseminação do coronavírus, afirmando que os impactos econômicos são piores do que a própria doença, que já chamou de "gripezinha".
Na sexta-feira o Brasil se tornou o segundo país do mundo com mais mortes confirmadas em decorrência da Covid-19, com 41.828 óbitos, passando o Reino Unido e ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu e Pedro Fonseca)