Por Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) - O governo deve mais do que dobrar a indicação do rombo primário para 2021 no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que enviará ao Congresso nesta quarta-feira, a cerca de 150 bilhões de reais, segundo duas fontes do Ministério da Economia.
Uma das fontes pontuou que o governo ainda estuda se estabelecerá uma meta flexível ou não em função das dificuldades de estabelecer quaisquer previsões macroeconômicas neste momento por conta dos impactos com o coronavírus.
A indicação anterior era de um déficit de 68,5 bilhões de reais para o governo central no próximo ano. No PLDO que encaminhará aos parlamentares, o governo irá de fato fixar a meta para o exercício, também indicando as perspectivas de resultado primário para os dois anos à frente.
Segundo as duas fontes ouvidas pela Reuters em condição de anonimato, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano ainda será de 0,02% e no ano que vem, de 2,5%, mesmos cálculos de março.
Isso ocorre pela escolha da manutenção do calendário para a confecção dos relatórios bimestrais de receita e despesa, que prevê nova revisão do PIB apenas em maio. Com a mudança nesse parâmetro agora, a Secretaria de Orçamento precisaria de 15 dias para rodar todos os seus modelos, sendo que a equipe do ministro Paulo Guedes não tem uma projeção firme de como se comportará a atividade, embora saiba que haverá retração.
"É claro que vai cair, é claro que vai ser negativo", disse uma fonte do time. "Vejo as pessoas falando, mas a verdade é que é tudo chute. Ninguém sabe, depende muito da duração do lockdown."