Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O governo federal espera viabilizar em até três semanas o novo auxílio emergencial, que seria de 250 reais e duraria até quatro meses, desde que seja encaminhada uma agenda pelo Congresso Nacional que inclua votação de propostas para abrir espaço fiscal e reformas.
Segundo uma fonte do governo, é fundamental a aprovação de uma "compensação" ao novo gasto bilionário gerado pelo auxílio a ser pago a famílias mais carentes. O movimento ajudaria a impulsionar a economia brasileira em 2021.
"Deve ser aprovado em três semanas", disse a fonte, na condição de anonimato.
"É preciso fazer um combate à pandemia sem estourar orçamentos, ainda mais num ambiente de inflação, desemprego... endividamento em bola de neve", declarou.
Os indicadores econômicos apontaram para um ritmo menor da atividade no fim de 2020, quando foi paga a última parcela do auxílio que era de 300 reais.
A ajuda emergencial paga em 2020 contemplou 64 milhões de brasileiros, mas gerou um custo de 293 bilhões de reais.
Segundo a fonte, o gasto bilionário adicional com o novo auxílio precisa ser compensado com a aprovação de duas medidas: a chamada "PEC da Guerra", que retira amarras como teto de gastos, e do chamado novo marco fiscal.
"Os próximos dias serão decisivos", disse a fonte, sobre a expectativa de aprovação de propostas que viabilizariam o auxílio.
A expectativa é que o Congresso se sensibilize com os problemas e dificuldades geradas pela pandemia. "O protagonismo está com eles, espera-se um engajamento como houve em torno da aprovação da reforma da previdência", afirmou a fonte.
Na sexta-feira, os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), transmitiram ao governo do presidente Jair Bolsonaro a expectativa de parlamentares de um auxílio emergencial pelos próximos três ou quatro meses e reforçaram a necessidade de ampliar a vacinação contra a Covid-19.
Eles se comprometeram a tocar a agenda de melhora do ambiente econômico, que envolve a aprovação do Orçamento para este ano, de Propostas de Emenda à Constituição (PEC) que podem abrir espaço fiscal, e das reformas, como a administrativa.
Procurado, o Ministério da Economia não se manifestou imediatamente.