BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta segunda-feira que não há motivos para suspender o teto de gastos mesmo com a epidemia de coronavírus, já que os recursos para saúde estão garantidos.
Segundo Guedes, se faltassem recursos para a Saúde, o teto, aprovado pelo Congresso durante o governo do ex-presidente Michel Temer, "até poderia ser suspenso, mas não é caso".
"Para que falar em derrubar teto se o teto é que nos protege na tempestade", disse Guedes, ao lado do presidente Jair Bolsonaro, ao sair de uma reunião no Palácio da Alvorada.
O ministro disse ainda que o governo deve enviar essa semana ao Congresso uma proposta de suspensão de reajustes de salários para servidores públicos por um ano e meio. Segundo Guedes, os servidores precisam dar sua colaboração e não podem "ficar em casa, com a geladeira cheia", em um momento de crise.
"Os servidores vão colaborar, vão ficar um tempo sem pedir aumento, por um ano e meio. Essa semana mesmo vamos ter essa novidade", disse Guedes.
A suspensão de qualquer reajuste a servidores é uma contrapartida ao pacote de ajuda aos Estados que, segundo Guedes, deve ser aprovado esta semana. Essa era uma demanda da equipe econômica para aprovação da ajuda e o governo está trabalhando com o Senado em uma proposta diferente da que foi aprovada pela Câmara dos Deputados, muito além do desejado pela equipe econômica.
O ministro disse ainda que essa semana deverá ser aprovado pelos senadores esse pacote de ajuda aos Estados, em uma negociação com o presidente de Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)