A inadimplência caiu em 23,5% dos lares de São Paulo. De outubro a novembro de 2023, 26.400 famílias conseguiram quitar suas dívidas na capital. Por outro lado, paulistanos têm levado, em média, 68,6 dias para liquidar suas contas. O tempo de atraso atingiu o maior patamar registrado desde março de 2019.
Os dados são da PEIC (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), realizada pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo). O levantamento foi divulgado na 3ª feira (5.dez.2023).
Também foi recorde a parcela dos lares do Estado com fração significativa da renda comprometida com dívidas. Em novembro, cerca de 42,8% das receitas domésticas dos paulistanos estavam destinadas à liquidação de dívidas no intervalo de 1 ano. A porcentagem é a maior já registrada neste espaço de tempo pela pesquisa.
Os consumidores têm comprometido sua renda com valores mais elevados nas parcelas por mais tempo. Enquanto o prazo de mais de 1 ano de comprometimento de renda é crescente, o pagamento em até 12 meses diminui ou se estabiliza em proporções menores.
O volume de lares ainda sem condições de quitar as contas atrasadas permaneceu estável, em 10,7%. O indicador diminuiu de outubro a novembro, saindo da casa dos 11%. Mas é considerado um sinal de “preocupação” pela FecomercioSP, já que há 1 ano o índice era de 9%.
ENDIVIDAMENTO
A pesquisa sinaliza uma melhora no índice de endividamento. O valor retraiu em 67,5% no último mês e mantém trajetória descendente desde novembro de 2022.
Em novembro, o cartão de crédito se manteve como principal tipo de dívida do paulistano (84,4%).
O endividamento por meio do crédito foi uma unanimidade tanto entre quem recebe até 10 salários-mínimos (84,5%) quanto entre quem recebe mais de 10 salários-mínimos (84,2%). Foi seguido pelos carnês (15,5%) e pelos financiamentos de imóveis (13,4%).
“Esses números mostram que, ainda que os juros estejam em patamares elevados, as famílias têm encontrado opções facilitadas de crédito — tanto para consumo rápido como para compra de bens de longo prazo, como a casa própria”, declara a FecomercioSP em nota.
A pesquisa também mostra que os paulistanos estão mais confiantes para consumir: em novembro, o ICF (Índice de Intenção de Consumo) subiu 0,7%, atingindo 113,2 pontos, o maior patamar desde maio de 2014. No comparativo anual, o índice avançou 22,3%.