ROMA (Reuters) - O líder do partido de extrema-direita da Itália, Matteo Salvini, disse nesta terça-feira que um orçamento de 50 bilhões de euros será necessário para 2020 para provocar um "choque" de estímulo fiscal no país.
Salvini rompeu a ligação da Liga com o Movimento 5-Estrelas neste mês, iniciando uma potencial contagem regressiva para as eleições, o que poderia complicar os preparativos do país para o orçamento de 2020.
A Itália, que tem a maior dívida proporcional à sua produção na zona do euro depois da Grécia, prometeu à Comissão Europeia levantar 23 bilhões de euros ao aumentar os impostos sobre as vendas a partir de 1º de janeiro, a fim de cumprir as regras do déficit da União Europeia.
Salvini, que atua como vice-primeiro-ministro e ministro do Interior, disse que não só a Itália tem que evitar o aumento de impostos programado, mas que precisa de cortes de impostos significativos.
"Enfrentamos um orçamento de 50 bilhões de euros. Não é suficiente para mim que não aumentemos os impostos sobre as vendas. Precisamos começar a cortar os impostos", disse Salvini à Rádio 24.
Os comentários de Salvini foram feitos algumas horas antes de o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, se dirigir ao Parlamento sobre a atual crise política. Espera-se que Conte, um acadêmico próximo ao Movimento 5 Estrelas, entregue sua renúncia ao presidente Sergio Mattarella no final do dia.
Quando perguntado se ele poderia mudar de ideia e se reconciliar com seu parceiro de governo, Salvini disse que queria ouvir o discurso de Conte "antes de dizer sim ou não".
(Por Giselda Vagnoni )