BRASÍLIA (Reuters) -O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse nesta quinta-feira que é unanimidade que o juro alto praticado no país não é bom para ninguém, embora tenha ressalvado que não se tratava de um questionamento ao Banco Central independente ou crítica à autoridade monetária.
Segundo Costa, em entrevista à CNN Brasil, a afirmação era uma "constatação" para que se possa construir um caminho para que haja uma queda significativa dos juros.
"Não se trata de questionar o Banco Central independente ou não se trata de crítica. Acho que é unanimidade que juro alto não faz bem a nenhuma economia do mundo, nunca vi ninguém defendendo juro alto por muito tempo", disse.
"A política de juros se justifica com uma medida provisória, de contenção de elevação da inflação, mas é evidente o que garante mais investimento, mais atividade econômica e o menor custo para o cidadão que está em casa nos assistindo... são os juros mais parecidos com a maioria dos países desenvolvidos, juros mais baixos", acrescentou.
A Selic, a taxa básica da economia brasileira, está em 13,75% ao ano, após ter registrado mínima histórica de 2% em 2020.
Na entrevista, Rui Costa disse que o novo governo pretende melhorar a qualidade do gasto público e não ficar apenas de olho no total do gasto. Ele afirmou ainda que a gestão quer fazer um grande debate este ano sobre a reforma fiscal e o novo patamar fiscal -- nesse último caso uma referência à âncora fiscal que deve substituir o teto de gastos públicos.
O petista, ex-governador da Bahia, rebateu as oscilações do mercado financeiro nesses primeiros dias de governo.
"Evidente que há uma má vontade de alguns setores ou uma precipitação. Nessa madrugada nós completamos 72 horas do governo, então não tem motivos para sobressaltos", afirmou.
"O presidente Lula fez a sua campanha reafirmando --e eu quero reafirmar em nome do presidente-- que nós vamos governar com serenidade, buscando todos os setores produtivos com diálogo e entendimento para pactuar medidas que estimule o crescimento, que gere emprego e renda. Presidente reafirmou em vários momentos o valor da democracia e o valor da previsibilidade, da segurança jurídica dos contratos e é isso que nós estamos reafirmando", assegurou.
(Reportagem de Ricardo BritoEdição de Pedro Fonseca)