TÓQUIO (Reuters) - O presidente do banco central do Japão, Haruhiko Kuroda, disse nesta sexta-feira que o banco central terá que continuar com uma política monetária "extremamente acomodatícia" por enquanto, diferentemente dos bancos centrais nos Estados Unidos e na Europa, devido ao modesto crescimento dos preços.
"Não temos medo da inflação porque a inflação (no Japão) está muito baixa", disse Kuroda em um seminário online organizado pelo Fórum Econômico Mundial. "Continuaremos com nossa política monetária expansionista, ao contrário de outros países do G7", disse.
Kuroda disse que a economia japonesa pode estar sob "forte pressão negativa" devido à alta nos casos da variante Ômicron do coronavírus, que é altamente transmissível, acrescentando que o aumento na demanda no Japão está atrasado em relação a outros países.
Mas ele disse que o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) está "observando de perto" para quaisquer sinais de mudança no comportamento de fixação de preços pelas empresas, apontando para um recente número crescente de companhias repassando custos mais altos aos consumidores.
Kuroda acrescentou que o enorme pacote de gastos do governo japonês para combater a pandemia de Covid-19 ajudou a revigorar a economia.
"Mas a inflação ainda está abaixo de 2%. Ao contrário dos Estados Unidos e da Europa, nós temos que continuar com uma política monetária extremamente acomodatícia e flexível por enquanto".
(Reportagem de Leika Kihara)