Por Francesco Guarascio
BRUXELAS (Reuters) - Os líderes da União Europeia discutirão nesta sexta-feira um novo plano orçamentário que poderá permitir que o bloco gaste até 1,1 trilhão de euros no período entre 2021 e 2027, mas divisões profundas entre os governos poderiam impedir um acordo por meses.
Sob uma proposta preparada pela Finlândia, que detém a presidência rotativa da UE, o próximo orçamento de longo prazo deve ter uma capacidade financeira entre 1,03% e 1,08% da Renda Nacional Bruta (RNB) do bloco, uma medida da produção.
Isso permitiria à UE gastar entre 1 e 1,1 trilhão de euros por sete anos com seu primeiro orçamento após a saída do Reino Unido, um dos principais contribuintes para os cofres europeus.
O documento, visto pela Reuters, é menos ambicioso do que as propostas apresentadas pela Comissão Europeia, o braço executivo da UE, que busca um orçamento equivalente a 1,1% da renda nacional bruta. O parlamento europeu pediu um orçamento ainda mais alto de 1,3% da renda.
No entanto, a proposta finlandesa vai além do limite de 1% estabelecido pela Alemanha, a maior economia do bloco.
A solução de meio-termo da Finlândia desagradou a maioria dos 27 estados da UE, disseram autoridades do bloco, antecipando longas negociações antes que um acordo possa ser alcançado.
"O texto causou insatisfação quase unânime", afirmou um diplomata envolvido nas negociações.
As conversas sobre orçamentos estão tradicionalmente entre as mais divisivas em um bloco que nos últimos anos se tornou cada vez mais propenso a brigas, já que seus Estados estão em profundo desacordo em relação a políticas econômicas, reformas financeiras e como lidar com os migrantes.