BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira que a economia brasileira crescerá em 2024 tanto quanto em 2023, quando a estimativa oficial do governo é de expansão de 3%, e frisou que o avanço seria ainda maior se os juros estivessem em patamares mais baixos, voltando a cobrar uma redução da taxa Selic pelo Banco Central.
Em cerimônia em Brasília de anúncio de investimentos de bancos públicos nos Estados, com a participação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Lula disse que é preciso "mexer com o coração do presidente do Banco Central", Roberto Campos Neto, para baixar os juros, acrescentando que os governadores podem ajudar nessa tentativa.
"Esse país pode crescer, sim, em 2024 tanto quanto cresceu em 2023", disse o presidente.
Lula afirmou que, no início do ano, durante encontro do G7 em Hiroshima, no Japão, conversou com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, que lhe disse que o organismo multilateral esperava crescimento econômico de 0,8% do Brasil para 2023.
"Agora eu encontrei com ela no G20 e falei para ela 'olha, nós não vamos crescer 0,8%, nós vamos crescer 3%'. E se o juro estivesse mais baixo nós cresceríamos mais", disse Lula.
"Nós temos que mexer com o coração do presidente do Banco Central, reduz um pouco o juro que as pessoas estão querendo tomar dinheiro emprestado. Os governadores podem ajudar, fazer pressão. Vamos baixar os juros, gente", defendeu Lula.
A Selic está atualmente em 12,25%, e há ampla expectativa de que o Banco Central promoverá um quarto corte consecutivo de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros quando encerrar sua reunião de política monetária na quarta feira, fazendo com que a taxa feche 2023 a 11,75% ao ano.
Para o final de 2024, a expectativa do mercado apontada pela pesquisa Focus, do Banco Central, é de uma Selic de 9,25% ao ano.
(Por Lisandra Paraguasu)