BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta segunda-feira que muitos deputados avaliam que há distorções no projeto de ajuda a Estados e municípios aprovado pelo Senado no sábado, mas ressaltou que a proposta representa um grande avanço em comparação com o que o governo federal queria para os entes regionais.
O texto aprovado pelo Senado prevê o repasse de 60 bilhões de reais em recursos do Tesouro a Estados e municípios em auxílio para o enfrentamento da crise sanitária e econômica causada pela pandemia do coronavírus, após uma costura do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), com a equipe econômica.
Em entrevista coletiva nesta tarde, Maia disse ainda que os deputados devem votar primeiro nesta segunda-feira a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do orçamento de guerra, antes de examinarem o projeto para Estados e municípios.
Sobre manifestação no domingo que teve a participação do presidente Jair Bolsonaro, Maia reafirmou sua posição de que eventos que atacam o STF e o Congresso estimulam conflitos que não deveriam ser incentivados em nenhum momento, ainda mais em meio a uma pandemia que já registra mais de 7 mil mortos.
Maia defendeu o direito do presidente de nomear o novo diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Alexandre de Souza, que tomou posse nesta manhã.
Por outro lado, o presidente da Câmara, disse que é preciso sempre se respeitar as decisões de ministros do Supremo, ressaltando que as críticas são possíveis, mas dentro do diálogo entre os Poderes.
Bolsonaro teceu duras críticas ao ministro do STF Alexandre de Moraes depois de ele ter barrado a nomeação de Alexandre Ramagem, nome preferido pelo presidente, para o comando da PF na semana passada.
(Reportagem de Ricardo Brito)