O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, reforçou que os créditos disponíveis para o programa de incentivo à venda de carros acabaram nesta sexta-feira (7). A estimativa da pasta é de que 125 mil unidades tenham sido comercializadas no programa, que autorizou descontos patrocinados de R$ 2 mil a R$ 8 mil.
O programa anunciado em junho também atende a categoria de caminhões e ônibus, mas, para esses casos, ainda há crédito disponível. No total, o programa conta com R$ 1,8 bilhão em recursos públicos. Para a parcela de carros, foi autorizado um montante bruto de R$ 800 milhões. Contudo, em razão de uma regra que prevê a compensação de perda de arrecadação de impostos provocada pelos descontos no preço final, o crédito líquido disponível para carros ficou em R$ 650 milhões - que foi completamente consumido. Segundo Alckmin, dessa parcela, R$ 500 milhões de crédito foram usados apenas na compra por pessoas físicas.
Em coletiva de imprensa para falar da medida, Alckmin aproveitou para comemorar a aprovação da reforma tributária pela Câmara dos Deputados - medida que, para o ministro, será especialmente importante para a indústria. "Demos primeiro passo para sair do manicômio tributário", disse o vice-presidente, que destacou o trabalho do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de lideranças e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na matéria.
Questionado se havia possibilidade de o governo oferecer mais créditos para a venda de carros, Alckmin reforçou que o programa para essa categoria está encerrado. "Estamos otimistas que a Selic vai cair e isso cenário da indústria automobilística vai se resolver", disse o ministro. Nesta manhã, Haddad também disse não ver mais espaço para nova ampliação do programa, que recebeu recentemente um aporte adicional de R$ 300 milhões.
Enquanto o crédito para veículos leves acabou, apenas R$ 140 milhões de R$ 300 milhões separados para a compra de ônibus foram usados, e R$ 100 milhões de R$ 700 milhões da parcela reservada para caminhões foram consumidos. Segundo Alckmin, a lentidão no uso dos recursos se dá em parte pela demora dos Detrans em darem baixa nos veículos velhos que o consumidor deve se desfazer para acessar o programa. Por isso, o ministro disse ter acionado o Denatran, que se comprometeu a tratar do assunto com os Detrans.
Questionado sobre a previsão de prazo para esses créditos se esgotarem, Alckmin respondeu que o programa tem duração de quatro meses, ressalvando que o ideal seria torná-lo permanente. Ele ainda apontou que outra dificuldade para o crédito avançar com mais velocidade se dá pelo ciclo de compra dos consumidores - em especial num cenário de juros altos. "O que existe é o juros, quem tem caminhão de 25 anos, é difícil ir para um novo, quem tem caminhão de 25 vai para um de 12 anos, por exemplo", disse.