O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Chicago, Austan Goolsbee, deixou claro nesta segunda-feira, 25, que não deseja restringir suas opções na política monetária, diante das incertezas sobre a inflação. Em entrevista ao Yahoo Finance, ele disse que concorda com a mediana das projeções mais recentes, que apontam para três cortes de juros neste ano, mas se recusou a especular sobre quando pode ser a primeira redução, ao ser questionado se ela poderia acontecer em junho.
Sem direito a voto nas decisões de política monetária neste ano, Goolsbee disse que compartilha a visão do presidente do Fed, Jerome Powell, de que o quadro na inflação não mudou muito, apesar de números um pouco superiores ao previsto vistos em janeiro.
O presidente do Fed de Chicago recordou que a inflação de janeiro se seguiu a vários meses de quadro mais positivo. Ainda assim, o quadro é "obscuro" na trajetória inflacionária, por isso ele rechaçou atar as mãos do Fed na política monetária em relação a quando pode ocorrer o corte nos juros.
Goolsbee recordou que a política monetária fica cada vez mais apertada, conforme ela é mantida e a inflação perde fôlego, o que colabora para o argumento de reduções nos juros mais adiante.
Perguntando especificamente sobre um eventual corte em junho, ele disse que haverá ainda muitos indicadores para avaliar até lá. É preciso garantir que a inflação está na "tendência certa" para agir, acrescentou. E descartou seguir algum padrão anterior, como a regra de Taylor, para determinar o momento certo de cortar juros.
O dirigente também disse concordar com Powell sobre a perspectiva de que em breve o Fed ajuste o ritmo da redução do seu balanço.
Goolsbee também afirmou que reduzir o ritmo dessa redução não significa se comprometer a manter um tamanho mais elevado do balanço. Disse ainda que considera questões totalmente distintas o nível do balanço e a política para os juros.