Por Nicolás Misculin e Candelaria Grimberg
BUENOS AIRES (Reuters) - O economista liberal argentino Javier Milei tomou posse neste domingo alertando em seu discurso de posse que ele não tem alternativa a não ser um choque fiscal agudo e doloroso para resolver a pior crise econômica do país em décadas, com a inflação caminhando para 200%.
“Não há alternativa a um ajuste de choque”, disse ele nos degraus do Congresso depois de assumir o bastão e a faixa presidencial, com multidões de apoiadores aplaudindo, apesar de Milei ter dito que a economia iria piorar no curto prazo. "Não há dinheiro."
Milei, 53 anos, um ex-comentarista de TV que alcançou a fama com tiradas cheias de palavrões contra seus rivais, a China e o papa, está substituindo o líder peronista Alberto Fernández, cujo governo foi atormentado por falhas em controlar o aumento dos preços.
“O governo passado nos colocou no caminho da hiperinflação”, disse Milei. "Faremos tudo o que pudermos para evitar tal catástrofe."
Embora o discurso tenha sido leve em detalhes, ele disse que as principais medidas incluiriam um ajuste fiscal equivalente a 5% do PIB do país através de cortes que, segundo ele, recairiam "no Estado e não no setor privado".