Por Steve Holland e Richard Cowan
PALM BEACH, Flórida/WASHINGTON (Reuters) - Milhões de norte-americanos tiveram seus benefícios de desemprego expirados no sábado, depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, se recusou a sancionar pacote de 2,3 trilhões de dólares sobre gastos e ajuda durante a pandemia, ao protestar que o texto não era suficiente para ajudar pessoas comuns.
Trump surpreendeu tanto republicanos quanto democratas quando disse esta semana que estava insatisfeito com o enorme projeto de lei, que forneceria 892 bilhões de dólares em alívio pelo coronavírus, incluindo benefícios especiais de desemprego que expiram em 26 de dezembro, e 1,4 trilhão de dólares para gastos regulares do governo.
Sem a assinatura de Trump, cerca de 14 milhões de pessoas podem perder esses benefícios extras, de acordo com dados do Departamento de Trabalho. Uma paralisação parcial do governo começará na terça-feira, a menos que o Congresso chegue a um acordo sobre um projeto provisório de financiamento do governo antes disso.
Depois de meses de disputa, republicanos e democratas concordaram com o pacote na semana passada, com o apoio da Casa Branca. Trump, que entrega o poder ao presidente eleito democrata Joe Biden em 20 de janeiro, não se opôs aos termos do acordo antes que o Congresso o aprovasse na noite de segunda-feira.
Mas desde então ele tem se queixado de que o projeto concede muito dinheiro para interesses especiais, projetos culturais e ajuda estrangeira, enquanto o auxílio emergencial de 600 dólares para milhões de norte-americanos em dificuldades seria muito pouco. Ele exigiu que fosse aumentado para 2.000 dólares.
"Por que os políticos não querem dar às pessoas 2.000, em vez de apenas 600 dólares?... Deem dinheiro ao nosso povo!", tuitou o presidente bilionário no dia de Natal, grande parte do qual passou jogando golfe em seu resort Mar-a-Lago em Palm Beach, na Flórida.
Muitos economistas concordam que a ajuda do projeto de lei é muito baixa, mas dizem que o apoio imediato ainda é bem-vindo e necessário.
Uma fonte familiarizada com a situação disse que a objeção de Trump ao projeto pegou muitas autoridades da Casa Branca de surpresa. Embora a estratégia do presidente ainda não esteja clara, ele não vetou a medida e ainda pode assiná-la nos próximos dias.
No sábado, ele deve permanecer em Mar-a-Lago, para onde o projeto foi encaminhado. Biden, cuja vitória eleitoral em 3 de novembro Trump se recusa a reconhecer, está passando o feriado em Delaware, e não tinha eventos públicos programados para sábado.
(Reportagem de Steve Holland em Mar-a-Lago e Richard Cowan em Washington; reportagem adicional de Simon Lewis em Delaware)