Por Eduardo Simões
SÃO PAULO (Reuters) - A Secretaria de Saúde de Minas Gerais informou nesta quarta-feira que foi registrado no Estado o primeiro caso suspeito de infecção por coronavírus em uma paciente que chegou a Belo Horizonte vinda da China no último sábado.
O Ministério da Saúde, no entanto, nega que haja casos suspeitos no país. Após o comunicado do ministério ser divulgado, a secretaria mineira afirmou que mantém o teor da nota em que informou sobre a suspeita de infecção.
Segundo o comunicado da Secretaria de Saúde de Minas, a paciente, brasileira e com 35 anos de idade, veio de Xangai e foi atendida em uma Unidade de Pronto Atendimento da capital mineira com sintomas respiratórios compatíveis com doença respiratória viral aguda.
"O caso foi notificado como suspeito. Tendo em vista o contexto epidemiológico atual do país onde a paciente esteve, foi considerada a hipótese de doença causada pelo novo coronavírus, que é microorganismo de alerta sanitário internacional, considerando o potencial pandêmico com alto risco à vida e impacto assistencial", disse a secretaria em nota.
"Apesar de não apresentar qualquer sinal indicativo de gravidade clínica, a paciente foi conduzida rapidamente para o HEM (Hospital Eduardo de Menezes)... Todas as medidas assistenciais para redução de risco de transmissão foram tomadas."
Ainda de acordo com a nota da secretaria mineira, a paciente estava clinicamente estável e o caso seguia em investigação. A secretaria informou ainda que a paciente declarou que não esteve na região chinesa de Wunhan, onde foram detectados quase todos os casos de infecção pelo coronavírus, e não teve contato na China com pessoas que apresentassem sintomas da infecção.
"Os exames capazes de confirmar ou descartar a hipótese diagnóstica encontram-se em andamento em laboratórios de referência", disse a Secretaria de Saúde mineira. Não há previsão de quando os resultados desses exames ficarão prontos.
De acordo com o Ministério da Saúde, no entanto, o caso noticiado em Minas "não se enquadra na definição de caso suspeito da Organização Mundial da Saúde (OMS)" pois a paciente veio de Xangai, onde, de acordo com a pasta, não há transmissão ativa do vírus.
Segundo informaram autoridades chinesas na segunda-feira, além da cidade de Wunhan, capital da Província de Hubei, também foram registrados casos em Xangai, Pequim e na Província de Guangdong.
De acordo com informações da TV estatal chinesa, citando o governo da Província de Hubei, da qual Wunhan é a capital, o número de mortos pela nova cepa, até então desconhecida, de um coronavírus subiu para 17. O número de casos confirmados na China é de 544.
A cidade de Wunhan decidiu suspender suas redes de transportes públicos e aconselhou os cidadãos a não saírem da cidade, informou a mídia estatal nesta quinta-feira.
Também foram confirmados casos nos Estados Unidos, Tailândia, Coreia do Sul e Japão.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) iniciou uma reunião de emergência nesta quarta, mas decidirá apenas na quinta-feira se declara uma emergência global devido ao surto que teve origem na China. Se isso acontecer, será apenas a sexta emergência internacional a ser declarada na última década.